UMA INTERPRETAÇÃO PALEOCLIMÁTICA DERIVADA DE MINERAIS DE ARGILA PEDOGÊNICOS EM UMA SAVANA NA AMAZÔNIA
Argilominerais. Paleoclima. Savana. Amazônia
A formação dos argilominerais, em alguns casos, está diretamente relacionada aos parâmetros
climáticos, sua interpretação para fins paleoclimáticos baseia-se em certos pressupostos e tem
sido utilizados para estudos paleoambientais, mostrando-se como uma ferramenta
complementar. Variações da ocorrência desses minerais nos sedimentos, geralmente refletem
mudanças climáticas, particularmente em ambientais tropicais, com intemperismo químico
intenso. Com objetivo de reconstruir o paleoclima de um ecossistema de Savana na
Amazônia, realizou-se trabalho de campo com a abertura de cinco trincheiras em solo sob
vegetação de Savana e Floresta, cada uma com aproximadamente 200 cm de profundidade.
Nos difratogramas de raios x resultantes observou-se a ocorrência apenas da caulinita ao
longo dos perfis amostrados. A identificação da gibbsita apenas em solos de savana, sugere
um forte intemperismo, favorecido por fatores genéticos desses solos. Os cristais de caulinita
observados em Microscópio Eletrônico de Varredura (MEV), apresentam aspectos
morfológicos característicos do mineral, exibindo-se como placas pseudo-hexagonais,
euédricos, placas empilhadas (booklets) e com textura vermicular, além de serem observados
como agregados finos sob os cristais de quartzo. Com a ocorrência apenas da caulinita nesses
solos, é possível inferir que não houve mudanças significativas no clima e na vegetação dessa
região.