DIVERSIDADE FÚNGICA E ESPÉCIES DOS COMPLEXOS FUSARIUM ASSOCIADAS ÀS PODRIDÕES DE MANDIOCA
EF1-α. PCR-RFLP. Complexo de espécies. Taxonomia. Fitopatógenos
A mandioca (Manihot esculenta) é de grande importância na região Oeste do Pará, mas enfrenta problemas fitossanitários, ocasionados por fitopatógenos, principalmente do gênero Fusarium, que causam a podridão seca das raízes. Diante disso, o presente trabalho teve como objetivos: a) determinar a diversidade fúngica em 21 isolados associados à podridão de raízes de mandioca pelo sequenciamento da região ITS; b) diferenciar as espécies pertencentes aos complexos de espécies de Fusarium por meio de sequenciamento e análise via PCR-RFLP in silico das regiões ITS + EF-1α e c) verificar a patogenicidade pelo teste do postulado de Koch, através da inoculação em raízes sadias. Raízes com sintomas de podridão foram coletadas e isoladas após desinfecção. Realizou-se o teste do postulado de Koch usando raízes sadias para testar a patogenicidade. A extração do DNA foi feita por maceração em nitrogênio líquido com o kit Wizard da promega. Foi conduzido o sequenciamento Sanger, que envolveu análise de eletroferogramas, edições manuais no Bioedit, montagem de consensos no CAP3 e utilização do Blast para obtenção de uma identificação preliminar, seguida pela comparação com sequências de espécies-tipo por construção e árvores filogenéticas no software MEGA. Para o desenvolvimento da PCR-RFLP in sílico, sequências foram obtidas do próprio estudo ou sequências tipo ou de coleções presentes no Genbank do NCBI, sendo analisadas 36 enzimas de restrição no nebcutter para determinar a região gênica de maior potencial de diferenciação das espécies dos complexos, e as melhores combinações de enzimas de restrição a serem utilizadas. Um dendrograma foi construído com base nas restrições, usando índice de Jaccard e UPGMA com 500 reamostragens boostrap. As amostras apresentaram variações na diversidade, com a presença de oito gêneros fúngicos: Fusarium, Rhizopus, Galactomyces, Trichoderma, Penicillium, Chaetomium e Corallomycetella. A combinação de região de interesse e enzima de restrição que demonstrou maior potencial discriminatório das linhagens filogenéticas, com base nas análises in sílico, foi a EF1-α. Verificou-se que os isolados de Fusarium enquadram-se em quatro complexos distintos, a saber: Fusarium incarnatum-equiseti, solani, fujikuroi e oxypsorum. O teste de patogenicidade indicou que os isolados que causam lesões pertencem ao complexo solani. O uso da PCR-RFLP mostrou ser possível a diferenciação de isolados de Fusarium ao contestá-los em grupos diferentes dentro do complexo. Portanto, essa abordagem pode ser uma ferramenta valiosa para a identificação e direcionamento do sequenciamento de espécies de Fusarium associadas a doenças de mandioca.