MULHERES NA CIÊNCIA

Mulheres cientistas na Amazônia


Na semana em que foi comemorado o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, o Brama e #PPGRNADivulga destacam as mulheres que fazem ciências ambientais em plena floresta amazônica. Mas além de prestar esta homenagem, procuramos saber: o que significa ser mulher nas ciências ambientais? Para a mestranda do PPGRNA, Karen Guimarães, principalmente durante as pesquisas de campo, “é enfrentar estereótipos todos os dias”, disse.

Porém o que seriam esses estereótipos? Estereótipos são generalizações manifestadas sobre pessoas, comportamentos ou gêneros. Talvez seja por isso que a exclusão do gênero feminino na construção do conhecimento científico ainda seja uma realidade. De acordo com o projeto Minas na Ciência, que divulgou a análise da bióloga Rafaela Salgado Ferreira, uma das cientistas que recebeu o prêmio International Rising Talents, em 2018, apenas um terço dos cientistas do mundo são mulheres. 

“Quando nós analisamos os números, as estatísticas, no mundo inteiro, apenas um terço dos cientistas são mulheres. Quando analisamos os cargos mais elevados, só cerca de 10% são ocupados por mulheres. Então, nós ainda temos um problema, sim, de desigualdade”, informa Rafaela Ferreira.

 

Quando o campo é a Amazônia


Para a bióloga Michela Figueira, especialista em processos biogeoquímicos e funcionamentos dos ecossistemas tropicais, felizmente, o campo das ciências ambientais foi um reduto onde a mulher foi bem aceita. “Nacionalmente, temos muitas mulheres como grandes ícones das ciências ambientais, que, inclusive, tenho como inspiração. Claro, provavelmente somos 30% de pesquisadores da área, mas estamos caminhando para 50%. Porém, o maior desafio foi, e continua sendo, ser um amazônida na pesquisa em ciências ambientas”, acredita a pesquisadora, ressaltando ainda que também é um privilégio. "É um privilégio ser um agente local e ter um compromisso social de formar novos cientistas com preocupação ambiental, ou seja, de conhecer para preservar ou até mesmo para explorar pontos estratégicos e não fazer projetos visando apenas o interesse econômico, sem a preocupação com o meio ambiente.”, pondera.

Já para Deliane Penha, bióloga e doutoranda do Programa de Pós-Graduação Sociedade Natureza e Desenvolvimento da Ufopa, que investiga o uso da água por árvores de uma floresta tropical em resposta à sazonalidade, isto é, nos períodos de chuva, seca, diz que não se sente especial por ser mulher fazendo pesquisa ambiental. “Sinto-me especial por consegui ser mãe e estar no mercado de trabalho”, considera.

 

Talita Baena

14/02/2019

Notícia cadastrada em: 14/02/2019 17:29
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