Banca de DEFESA: LUCIANNE FARIAS DA SILVA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : LUCIANNE FARIAS DA SILVA
DATA : 06/09/2023
HORA: 09:00
LOCAL: https://meet.google.com/yvo-xnbr-dfy
TÍTULO:

INFLUÊNCIA DO EL NIÑO-OSCILAÇÃO SUL (ENOS) NA CONCENTRAÇÃO E EVASÃO DE CO2 NA FOZ DO RIO AMAZONAS

PALAVRAS-CHAVES:

Ciclo do carbono. Estuário amazônico. Mudanças climáticas.

PÁGINAS: 65
RESUMO:

O estudo investigou a influência do fenômeno El Niño-Oscilação Sul (ENOS) e suas diferentes fases (El Niño - EN; La Niña - LN) na concentração e evasão de CO2 na foz do Rio Amazonas, analisando a influência da hidrodinâmica e parâmetros biogeoquímicos que atuam como forçantes do fluxo de CO2 (FCO2). Para tal, foram analisados dados de fluxo e pressão parcial de CO2 (pCO2), além de dados hidrodinâmicos coletados para o período entre 2010 a 2019 no projeto TROCAS, especificamente em um transecto do Canal Norte próximo a foz do rio Amazonas. As medidas de precipitação foram obtidas do banco de dados do Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) para as estações de Óbidos e Macapá, bem como, o período de ocorrência exata dos fenômenos ENOS, junto ao Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (CPTEC/INPE). Foram calculadas anomalias anual e trimestral para a precipitação e investigada a relação com o ENOS nas respectivas estações para o período de 49 anos (Óbidos) e 55 anos (Macapá). Testes não paramétricos foram executados para avaliar a variação e a relação das variáveis biogeoquímicas e meteorológicas estudadas. Os resultados mostraram que em 1983 foram registradas as maiores anomalias negativas para a precipitação em ambas as estações, coincidindo com forte EN. Quanto às anomalias trimestrais, Óbidos apresentou correlação com as ocorrências de ENOS. Referente a vazão, foi possível verificar influência do ENOS nas descargas hídricas de Óbidos observando uma diferença de 95.000 m³ s-1 entre o pico de maior e menor vazão. A pCO2 foi o parâmetro que melhor se correlacionou com as variáveis, apresentando relação positiva com a vazão (rs = 0,80; p < 0,01; rs = 0,90; p < 0,01) e a precipitação de Macapá (rs = 0,70; p < 0,01). Já o FCO2 apresentou correlação com a vazão aferida em Óbidos (rs = 0,52; p < 0,01), mas não no Canal Norte em Macapá. Ao analisar a influência do ENOS na pCO2 e FCO2, verificou-se que para ambas as variáveis, os maiores coeficientes ocorreram em períodos de neutralidade em relação à ocorrência do ENOS. Embora as médias observadas em condições de LN sejam maiores do que nas fases EN não se obteve diferença significativa entre eles, mas os resultados apontam que o ENOS apresenta influência sobre a pCO2 e FCO2 mesmo em pequena escala. Para as variações sazonais foram observadas diferenças significativas entre os períodos da hidrógrafa, em que para pCO2 as maiores concentrações foram obtidas no período da cheia, sendo o comportamento esperado. Para o FCO2, maiores evasões foram registradas no período de vazante. Apesar disso, o FCO2 correlacionou-se com a pCO2 (rs = 0,68; p < 0,01), indicando que foi fortemente influenciado pela variabilidade da pCO2. Por fim, considerando a ausência de evidências de diferença estatisticamente significativa entre os intervalos de neutralidade e condições EN e LN, não foi possível constatar no presente estudo, para as condições analisadas, que o ENOS influencia a concentração e evasão de CO2 na foz do rio Amazonas.

MEMBROS DA BANCA:
Interno - 2375222 - LUCAS VAZ PERES
Presidente - 1549120 - RODRIGO DA SILVA
Externa à Instituição - SARAH SUELY ALVES BATALHA