Banca de DEFESA: MARINA SMIDT CELERE MESCHEDE

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: MARINA SMIDT CELERE MESCHEDE
DATA: 18/05/2018
HORA: 14:00
LOCAL: Sala 02 - Proppit
TÍTULO: IMPLICAÇÕES PARA A SAÚDE DE ESCOLARES A PARTIR DO CONSUMO DE ÁGUA E MATERIAL PARTICULADO ATMOSFÉRICO INALADO EM ESCOLAS DE SANTARÉM E MOJUÍ DOS CAMPOS, PARÁ, AMAZÔNIA
PALAVRAS-CHAVES: Água subterrânea, escolares, material particulado atmosférico, saúde, ecossistema Amazônico, Saúde Ambiental.
PÁGINAS: 185
GRANDE ÁREA: Outra
ÁREA: Ciências Ambientais
RESUMO: O objetivo deste estudo foi investigar as implicações em saúde de escolares a partir da avaliação da qualidade da água e das características do material particulado atmosférico (MPA) inalável aos quais estão expostos em escolas na região de Santarém, Pará, Amazônia. Para isso selecionou-se três escolas no município de Santarém e uma em Mojuí dos Campos. Utilizou-se um questionário para a coleta de informações sobre perfil sóciodemográfico e de exposição a poluição hídrica e atmosférica dos escolares. Análises microbiológicas (coliformes totais e Escherichia Coli), físico químicas e químicas (íons por Cromatografia Iônica e elementos traço por Espectofotometria de Plasma Indutivamente Acoplado) foram realizadas em 36 amostras de água durante as estações seca e chuvosa. A coleta do MPA ocorreu durante a estação seca e chuvosa, realizada com o auxílio de um Impactador de Cascata de oito estágios para determinação da concentração mássica do MPA e da composição inorgânica das frações grossa e fina em duas escolas. Dados epidemiológicos sobre morbimortalidade de crianças quanto ao consumo de água e exposição a poluição atmosférica foram coletados nos municípios de estudo entre 2014 a 2016. Os resultados analíticos de água foram comparados com a Portaria do Ministério da Saúde 2914 e estimou-se o risco quantitativo para a saúde com base na metodologia proposta pela Agência Americana de Proteção Ambiental (USEPA). Os resultados analíticos da qualidade do ar foram comparados com os padrões estabelecidos pelo Decreto Estadual de SP 59113 e investigado as implicações para saúde. Os resultados dos questionários mostraram que a maior parte dos escolares são crianças que residem em famílias numerosas, recebem de um a dois salários mínimos por mês, residem no próprio bairro da escola e recebem em seu domicilio água proveniente de poços subterrâneos profundos. A maioria relatou utilizar medidas de tratamento da água para consumo diário como o hipoclorito e informaram apresentar com pouca frequência adoecimentos relacionados ao sistema gástrico intestinal e respiratório. Os resultados analíticos da água, evidenciaram contaminação por coliformes totais e E.coli em 28 amostras e 16 das amostras analisadas, respectivamente e confirmaram que as águas das escolas são ácidas (pH entre 3,8 a 5,9), o que poderá implicar em distúrbios gástricos e intestinais em escolares expostos. A maioria dos compostos químicos na água apresentaram concentrações inferiores ao recomendado, com exceção do alumínio, que se mostrou até cinco vezes superior ao valor estabelecido pela Portaria 2914 nas amostras de água avaliadas provenientes de poços rasos apenas das escolas de Santarém (valor máximo de 1045 ng/mL). A exposição a longo prazo à concentração elevada de alumínio na água é associada a implicações neurológicas e não deve ser descartado o risco para doença de Alzheimer. As concentrações de nitrato, embora com valores dentro do recomendado (<10 mg/L), apresentaram valores muito superiores nas amostras de água captadas de poços rasos das escolas de Santarém (valor médio entre 1,9-8,0 mg/L) em comparação com as amostras da captadas de poços profundos (valor médio entre 0,1-0,5 mg/L) demonstrando a importância do seu monitoramento periódico em água, visando a prevenção de distúrbios associados a sua ingestão como a metahemoglobinemia infantil. A quantificação de risco à saúde de crianças, foi significante (>1) apenas para escolares de Santarém que consomem água das escolas com poços rasos. O alumínio e o nitrato na água foram os compostos que mais contribuíram na constituição do risco. Os resultados analíticos do MPA evidenciaram que houve a predominância de partículas fração grossa na atmosfera, com valores de concentração mássica entre 55,28 a 76,30 µg/m3 durante a coleta realizada na estação seca e de 26,08 a 31,90 µg/m3 durante a coleta realizada na estação chuvosa, entretanto, com baixa concentração de compostos químicos solúveis e de elementos traços, com predominância de elementos terrígenos como Ca, Na, Mg, Al, Fe. A fração fina do MPA, mais perigosa para a saúde devido deposição em vias aéreas inferiores, mostrou baixas concentrações mássicas nas escolas em ambas as estações com valores entre 8,10 a 20,85 µg/m3 durante a estação seca e de 0,11 a 2,05 µg/m3 durante a coleta realizada na estação chuvosa. As concentrações de MPA foram inferiores aos padrões de qualidade do ar estabelecidos pelo Decreto estadual de SP em ambas as escolas e períodos de coleta. A análise química ácida da fração fina revelou a predominância do potássio, especialmente na escola de Mojuí dos Campos durante a estação seca (90,7 ng/m3), o que poderá indicar material originário de queima da biomassa florestal na escola. Resultados epidemiológicos sobre morbimortalidade em crianças menores de 10 anos, mostraram que a prevalência e a taxa de internação por doenças diarreicas agudas e doenças respiratórias foram mais elevadas em crianças menores de um ano e durante o período chuvoso. O município de Santarém apresentou maior prevalência de doenças diarreicas e respiratórias quando comparado com Mojuí dos Campos. As taxas de mortalidade foram maiores para as doenças respiratórias quando comparadas com as doenças diarreicas. Dessa forma, os resultados encontrados sobre qualidade da água e do ar por esta tese são pioneiros em escolas na região de Santarém e indicam que a qualidade da água subterrânea deverá ser monitorada periodicamente, especialmente, aquelas captadas por poços rasos de forma a garantir menores efeitos adversos em saúde. Embora, a qualidade do ar tenha se mostrado boa, o aumento da prevalência de internações e óbitos em crianças por doenças respiratórias sugere que novas avaliações de exposição a poluentes atmosféricos devem ser realizadas para a garantia da promoção a saúde.
MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 034.950.808-99 - BERNARDINO RIBEIRO DE FIGUEIREDO - UNICAMP
Externo ao Programa - 872.588.037-34 - EDNA FERREIRA COELHO GALVÃO - UEPA
Interno - 2034627 - JULIO TOTA DA SILVA
Interno - 1466772 - KEID NOLAN SILVA SOUSA
Interno - 1327077 - LUIS REGINALDO RIBEIRO RODRIGUES
Interno - 1549120 - RODRIGO DA SILVA
Interno - 1693122 - SERGIO DE MELO
Externo à Instituição - SUSANA SEGURA MUÑOZ - USP
Externo ao Programa - 2139787 - WILSON SABINO
Notícia cadastrada em: 10/05/2018 16:02
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