“É HOJE QUE EU PEGO UM PEIXÃO”: BRINCADEIRAS, ESPAÇOS E FREQUÊNCIA DO BRINCAR EM UMA INSTITUIÇÃO DE ACOLHIMENTO
Crianças. Brincadeiras. Acolhimento Institucional. Desenvolvimento Infantil.
O objetivo deste trabalho foi conhecer como as crianças em situação de acolhimento institucional brincam no Município de Santarém – Pará, espaço de acolhimento institucional considerado como um ambiente onde ocorre desenvolvimento humano influenciando nas diversas formas de brincar da criança.Como autores que embasam tais aspectos teóricos e difundem as discussões utilizou-se na pesquisa Bronfenbrenner (1996; 1998 e 2011), Vygotsky (1998), Bomtempo (1999; 2014), Bichara (2001; 2009; 2011; 2016), Smith (2017), Kishimoto (2001; 2010) e Huizinga (1999), entre outros.Os participantes foram 05 crianças de cinco a doze anos, optou-se pelos instrumentos folha de dados sociodemográficos, roteiro de entrevista individual semiestruturada e roteiros de observação. Os dados foram analisados mediante a utilização e especificidade de cada instrumento. Foram realizados 60 registros de 5 minutos, totalizando 300 minutos de observação sistemática e 56 registros de observação geral da instituição. Os resultados mostraram que 42, 45% das brincadeiras ocorrem na sala de estar, seguida do parquinho com 29,25%, e a terceira maloca com 19,81%, apresenta em relação às escolhas das brincadeiras, que a brincadeira simbólica foi a mais frequente com 35,85%, seguida pela brincadeira de construção 28, 30%, exercício físico com 21,7%, turbulentas com 7,5% e com regras 3,7%, mostrando que existe uma relação entre o espaço e as escolhas das brincadeiras realizadas pelas crianças. Em relação às entrevistas as crianças responderam 15 questões sobre a rotina e a brinquedoteca, evidenciando-se em seus discursos que não utilizam a brinquedoteca da forma como gostariam, e ainda que brincam em espaços que não gostariam de brincar no decorrer do seu dia a dia. Portanto, este estudo contribui com resultados empíricos sobre o brincar em instituição de acolhimento, assim como, também elucida a necessidade de flexibilização no uso dos espaços para a ocorrência de todas as formas de brincadeira. Além disso, sugere-se que sejam implementadas novas políticas em relação à utilização da brinquedoteca por todos os profissionais da instituição, bem como, seja realizada a análise e melhoria das estratégias que promovam o brincar no contexto da instituição.