A VÍTIMA NO BANCO DOS RÉUS: ANÁLISE DOS FATORES DE
VITIMIZAÇÃO PARA O CRIME DE ROUBO EM SANTARÉM, PA
Criminalidade. Vítima. Perfil. Sociedade. Prevenção
O presente trabalho trata da análise dos fatores que influenciam a vitimização para o
crime de roubo na cidade Santarém, estado do Pará, no período de 2015 a 2019,
sob o enfoque da vitimodogmática. A pesquisa apresenta inicialmente o local de
estudo e a relevância deste local como objeto de estudo. Segue então a análise da
importância do estudo da vítima para compreensão do crime de roubo e quais
características desta influenciam a vitimização. Em seguida classifica-se a vítima à
luz das teorias econômicas do crime e das oportunidades e estilo de vida, momento
em que discorre-se sobre o comportamento da vítima em relação ao criminoso,
explicitando principalmente em que situações esta está mais propensa a sofrer a
vitimização. O objetivo geral desta dissertação é identificar os fatores que levam a
vitimização para o crime de roubo em Santarém - Pará, especificamente pretende-
se: Identificar o perfil da vítima de roubo no período estudado; classificar à luz das
teorias correlacionadas a vítima deste tipo de crime; analisar os fatores externos que
colaboram para a vitimização do crime de roubo e apresentar alternativas em que a
vítima possa atuar em sua autodefesa perante a vitimização. Este estudo segue a
linha metodológica do materialismo dialético, que por meio de pesquisa bibliográfica
documental, coleta de dados e informação de domínio público, além da participação
de 384 vítimas entrevistadas. Como resultado identificou-se que mulheres tiveram
50% mais vitimizações para o crime de roubo do que os homens. Jovens e solteiros
tiveram mais predisposição para sofrer a vitimização, além das pessoas que
possuem menos renda. O celular, por seu valor, inércia, visibilidade e acessibilidade
foi o bem mais almejado na investida do criminoso. A vítima do crime de roubo teme
pela sua vida antes de tudo e entende que o criminoso deve ser punido com mais
rigor. Por fim, houve um grande número de vítimas que não noticiaram o crime, o
que evidencia o descrédito dos órgãos de combate à criminalidade e sugeriu-se,
como via alternativa, a prevenção situacional que se pauta na maior atuação da
sociedade no combate ao crime.