Banca de DEFESA: IOLANE CRISTINA DE BRITO PEREIRA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : IOLANE CRISTINA DE BRITO PEREIRA
DATA : 25/03/2024
HORA: 14:30
LOCAL: Hibrido
TÍTULO:

Alterações salivares e dentárias em moradores expostos ao mercúrio na região ribeirinha do Tapará, Santarém (PA)


PALAVRAS-CHAVES:

Mercúrio, Estresse oxidativo, Exposição, Perfil salivar


PÁGINAS: 75
RESUMO:

Com base em evidências científicas, observa-se um aumento de casos de exposição ao mercúrio (Hg) no Estado do Pará. Os estudos destacam as peculiaridades do ecossistema amazônico, onde os peixes , animais silvestres o homem, estão com níveis acima dos valores de normalidade do Hg, resultantes da prática do garimpo ilegal, da elevada taxa de desmatamento, incêndios florestais, exploração madeireira, das mudanças no uso da terra, da instalação de usinas hidrelétricas e da exposição ocupacional. Tais fatores sugerem que a exposição ao mercúrio na Amazônia é crônica e multifacetada. O mercúrio também pode induzir danos oxidativos ao nível da membrana celular. Estudos realizados utilizando glândulas de animais expostos a altos níveis de mercúrio podem elucidar os mecanismos envolvidos na exposição ao mercúrio,e os compotamento do metal a danos celulares na cavidade bucal, especialmente considerando a inexistência de pesquisas com saliva em seres humanos expostos ao Hg, o  objetivo geral da pesquisa, foi verificar a manifestação de alterações salivares e dentárias em moradores da região ribeirinha do Tapará (Santarém, Pará) e sua relação  com a exposição mercurial. Trata-se de uma pesquisa de campo com abordagem observacional, do tipo transversal, descritiva e quantitativa, realizada no município de Santarém-PA em 2023. Está  pesquisa está vinculada ao Protocolo de Pesquisa aprovado pelo CEP da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), sob o parecer de 6.326.716. E atendeu aos aspectos éticos da Resolução 466/2012 do Conselho Nacional da Saúde (CNS) que regulariza as pesquisas que envolvem seres humanos. Foi aplicado um questionário semiestruturado que foi elaborado baseado nos protocolos para avaliação ambiental e de saúde, de acordo com as orientações da OMS (UNEP, 2008), coleta de sangue, saliva e avaliação da cavidade bucal com a finalidade de verificar o índice de condição dentária através do indice CPO-D para este estudo. A coleta de sangue foi realizada por punção venosa e foram colhidos de cada voluntário 10 mL de amostra, e para a saliva 2 frascos coletores do tipo Epeendorf 1,5 ml cada, congelados. A inspeção da cavidade bucal  foi realizada sob a luz de uma lanterna de cabeça em lugar pactuado com a gestão. Com os dados obtidos, foi realizada uma análise descritiva dos níveis de Hg, classificado em “baixa exposição” (até 10µg/L de HgT) e alta exposição (acima de 10µg/L de HgT), considerando os níveis de referência da OMS. Também foi realizada uma descrição dos níveis de Hg em função das variáveis do perfil epidemiológico, descrição dos níveis das enzimas salivares, que foram classificadas de acordo com o nível de referência: Proteínas Totais - Valor Ref.  6 a 8 g/dL, Amilase, Valor de Ref. 53-102 U/L, TEAC Valor de Ref. 1.1-1.5 nnol e TBARS - Valor Ref. 0.85-4,31 mmol. L-1 salivares, foram calculadas as medidas de tendência central e dispersão com a utilização do programa Excel, componente do Microsoft Office® (versão 2010). Foram selecionados testes estatísticos não paramétricos para a análise de dados: Kruskall-Wallis (níveis de Hg x alterações atividade enzimática da saliva) e correlação de Spearman (níveis de Hg e dosagem da atividade enzimática).Foram examinadas cinco variáveis em relação ao mercúrio (Hg): idade, sexo, consumo de peixe, nível de escolaridade e ocupação, assim como os níveis de Proteínas Totais salivares, Amilase, TEAC e TBARS. Os testes estatísticos foram conduzidos utilizando o software STATA 16.1, com um nível de significância de 5%. Dos 41 participantes do estudo, 21 deles apresentaram média de HgT na amostra de 18,2 μg/L. O perfil salivar não demonstrou correlação estatisticamente significativa com a exposição ao mercúrio. A maioria dos participantes estão nas faixas etárias de 41-60 anos e acima de 61 anos, e do total de 41 participantes, 27 (65,9%) são mulheres, embora os níveis mais elevados de Hg tenham sido encontrados no sexo masculino. Aqueles que consomem peixe com alta frequência representaram 97,6% (N=40), apresentando os maiores níveis de mercúrio. Neste estudo, demonstramos pela primeira vez que a exposição crônica de pessoas ao Hg sugere alterações no perfil salivar. Observou-se uma diminuição das proteínas totais salivares85,4%(N= 35)  e Amilase70,7% (N= 29), o que pode sugerir danos a glândula salivar, foi verificada também a redução da capacidade de defesa antioxidante do organismo 95,1% (N=39), e o aumento da peroxidação  lipídica, na saliva dos pesquisados 82,9% (n = 34. A análise da saliva permanece pouco explorada, com a maioria dos estudos focando na saliva de animais expostos ao Hg. As análises da saliva podem antecipar danos induzidos pela exposição precoce ao mercúrio e podem ser usadas como um método de diagnóstico complementar. Este estudo sugere que o mercúrio pode estar associado a alterações na bioquímica oxidativa salivar, incluindo aumento da peroxidação lipídica e diminuição da capacidade antioxidante, em resposta à injúria causada pelo mercúrio. Ao analisar os resultados do CPOD, observa-se a necessidade de ações preventivas tanto coletivas quanto individuais, visando a promoção da saúde bucal para beneficiar essa população, indicado pelos altos índices de CPOD nas faixas etárias estudadas.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2383596 - HELOISA DO NASCIMENTO DE MOURA MENESES
Interna - 2210058 - MARINA SMIDT CELERE MESCHEDE
Externo à Instituição - NICOLE PATRICIA DE LIMA VINAGRE DA PONTE  - UEPA
Externa à Instituição - RENATA DUARTE DE SOUZA-RODRIGUES - UFPA
Notícia cadastrada em: 21/03/2024 15:12
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