Banca de QUALIFICAÇÃO: WANDERLEY ROCHA DA SILVA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : WANDERLEY ROCHA DA SILVA
DATA : 12/02/2025
HORA: 09:00
LOCAL: 447
TÍTULO:

PERSPECTIVAS SUSTENTÁVEIS NA CADEIA DE VALOR DO AÇAÍ NA COMUNIDADE DO MURUMURU, SANTARÉM/PA


PALAVRAS-CHAVES:

Ocorrência de açaizeiros, Populações Tradicionais, Território, Estratégias, Inovações Tecnológicas, Pressões.


PÁGINAS: 84
RESUMO:

O açaizeiro (Euterpe oleracea Mart.) é uma palmeira perene, dominantemente encontrada no delta do rio Amazonas, cujos frutos apresentam compostos bioativos que são comprovados cientificamente como benéficos à saúde humana. O consumo da polpa de açaí tem crescido exponencialmente, consolidando-se como um dos pilares da bioeconomia amazônica, com expansão nos mercados nacional e internacional. Tradicionalmente, o açaí é um alimento básico para comunidades amazônicas, principalmente aquelas que dependem do extrativismo em áreas nativas, como em comunidades quilombolas. No entanto, o aumento na demanda global tem gerado pressões socioeconômicas e ecológicas, alterando as dinâmicas locais de produção e comercialização. No município de Santarém, particularmente na comunidade quilombola de Murumuru, localizada no entorno do lago Maicá, a extração de açaí constitui a principal atividade econômica. O objetivo na tese foi analisar o processo agroextrativista em várzea do Maicá para mapear a cadeia de valor do açaí na comunidade quilombola de Murumuru como perspectivas de identificação de bioprodutos para fortalecimento da bioeconomia, tendo o quilombo como um case de sucesso regional. Foram aplicados questionários semiestruturados em forma de entrevistas para traçar o perfil socioeconômico dos agroextrativistas de açaí nativo, na comunidade. Na pesquisa foi identificado que 89% dos moradores praticam o extrativismo do açaí, sendo a única fonte de renda para 56% das famílias. Apesar da relevância econômica, 78% dos extrativistas relataram acidentes durante a coleta, enquanto 69% apontaram perdas significativas de frutos, devido à invasão precoce nos açaizais nativos antes do amadurecimento. Além disso, embora 69% dos entrevistados considerem o preço pago pelos atravessadores injusto, reconhecem que esses intermediários são indispensáveis para a comercialização do açaí na cidade. O estudo destaca que a cadeia de valor do açaí na comunidade enfrenta desafios estruturais. As principais demandas incluem: melhorias na infraestrutura de coleta e transporte, introdução de inovações tecnológicas, assistência técnica do poder público e a implementação de técnicas sustentáveis de manejo dos açaizais nativos. Conflitos emergentes devido à invasão de territórios tradicionais reforçam a necessidade de ações integradas para assegurar a sustentabilidade socioeconômica e ecológica dessa atividade extrativista. Conclui-se que a valorização do açaí no território quilombola de Murumuru depende de estratégias que fortaleçam a autonomia produtiva e a segurança das comunidades.


MEMBROS DA BANCA:
Externa à Instituição - FLÁVIA CRISTINA ARAÚJO LUCAS
Interno - 2143267 - JOSE MAX BARBOSA DE OLIVEIRA JUNIOR
Interna - 1446230 - LUCIANA GONCALVES DE CARVALHO
Presidente - ***.720.282-** - LUCIETA GUERREIRO MARTORANO - EMBRAPA
Externo à Instituição - SEIDEL FERREIRA DOS SANTOS - UEPA
Notícia cadastrada em: 22/01/2025 10:06
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