MODELO CONCEITUAL PARA APOIAR A GESTÃO SUSTENTÁVEL DE PROJETOS DE DESENVOLVIMENTO COMUNITÁRIO
Inovação Social. Gestão Sustentável. Quádrupla Hélice.
Historicamente, os projetos de desenvolvimento local implementados na Amazônia Brasileira
apresentam engajamento limitado, baixa impacto e, consequentemente, pouca longevidade, o
que motivou a elaboração de um modelo conceitual focado em governança e sustentabilidade,
que enfatiza a relevância de disciplinas como a Gestão de Projetos, Redes de Colaboração,
Gestão do Conhecimento e Inovação Social, voltadas à construção das capacidades de auto
gestão comunitárias. Para tanto, buscou-se identificar os fatores que mais interferem na
construção de habilidades essenciais aos atores chave na gestão deste tipo de iniciativa, sempre
com foco em Governança e Sustentabilidade, a partir da observação e análise de metodologias
de engajamento, gestão, compartilhamento de informação e troca de conhecimentos em alguns
projetos vigentes em dois municípios do Pará. Usando uma estratégia que valoriza os saberes,
os modos de operar e as potencialidades bioeconômicas de cada região como elementos
essenciais ao sucesso deste tipo de iniciativa, introduz-se a figura de um agente de integração
que, através de uma base de suporte composta por recursos de gestão, comunicação, formação
de capacidades e uma rede técnica de sustentação, trabalha para buscar convergências entre
atores chave na Quádrupla Hélice. Em meio a análise de 26 fatores de impacto divididos nestes
cinco componentes, o modelo induz a um processo de diálogo e construção coletiva que serve
não apenas ao cumprimento da legislação e de protocolos internacionais, mas contribui para a
qualificação dos modos de produção em pequena escala, via incorporação seletiva de ciência e
tecnologia, impactando positivamente no aprimoramento dos conhecimentos formais das
organizações atuantes na rede. Pretende-se, portanto, enfatizar como uma metodologia de
gestão baseada em visão sistêmica, alimentada e balanceada pelos saberes, práticas,
necessidades e interesses de todos os atores envolvidos - e que coloca as entidades comunitárias
como protagonistas - pode influenciar decisivamente no processo de planejamento, na redução
de riscos, no melhor aproveitamento das potencialidades locais e, principalmente, na forma
como as populações tradicionais encontram os meios para participarem, aprenderem e se
beneficiarem dos projetos.