IDENTIFICAÇÃO DE RISCO ASSOCIADO AOS COMUNICANTES DE PACIENTES DE HANSENÍASE ATRAVÉS DE DADOS EPIDEMIOLÓGICOS UTILIZAÇÃO DE TÉCNICAS DE CLUSTERIZAÇÃO EM MUNICÍPIOS ENDÊMICOS NO ESTADO DO PARÁ |
Cadastrar
A palavra lepra vem do latim lepros, que significa ato de sujar ou poluir. A lepra como era conhecida na antiguidade é uma das mais antigas patologias registradas pela humanidade. Mesmo fazendo parte do sofrimento humano desde a antiguidade, a sua identidade etiológica foi descoberta apenas ao final do século XIX, quando o médico norueguês Gerhard Henrik Armauer Hansen, ao analisar material de lesões cutâneas, descobriu o Mycobacterium, o bacilo causador da doença e que pertence ao mesmo gênero do bacilo que causa a tuberculose (GOMES, 2000; SANTOS, FARIA & MENEZES, 2008).
Relatos de hanseníase apareceram pela primeira vez por volta de 600 a.C., em papiros antigos que descrevem a existência da hanseníase na Índia, no Egito e na China (MONOT et al., 2005). Dados moleculares indicam que a hanseníase se originou no leste da África ou no Oriente Médio e se espalhou com sucessivas migrações humanas. Europeus e/ou norte-africanos, então, introduziram a hanseníase na África Ocidental e nas Américas nos últimos 500 anos (MONOT et al., 2009).
No continente europeu, o primeiro registro ocorreu na Grécia antiga logo após a chegada do exército de Alexandre, o Grande, vindo da Índia, e o deslocamento das legiões romanas, fizeram com que a Europa mantivesse uma alta prevalência da doença durante muitos anos (MARIOTTI et al., 2005). As primeiras medidas rigorosas tomadas com o intuito de conter a doença, ocorreram na França, que determinou o isolamento dos enfermos, obrigando-os a morar em locais reservados para este fim (LONGO, 2006).