EPIDEMIOLOGIA DAS INTOXICAÇÕES EXPOGENAS NO SEXO MASCULINO DECORRENTES DA EXPOSIÇÃO A AGROTÓXICOS NO ESTADO DO PARÁ NO PERÍODO DE 2007 A 2023
Pesticidas. Notificação. Subnotificações. Saúde pública. Agravos a saúde
O presente estudo tem objetivo de descrever a epidemiologia da exposição dos agrotóxicos ocorridas para o sexo masculino, por meio de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), ocorridas no Estado do Pará entre os anos de 2007 a 2023. O estudo realizado será do tipo descritivo, com abordagem quali-quantitativa, com a utilização de dados secundários da base de dados do SINAN. Como critério de inclusão foram avaliados quatro critérios: (1) Período de 2007 a 2023 (2) Agentes tóxicos: agrotóxicos de uso agrícola, doméstico, saúde pública, veterinário e raticida. (3) Classificação final como intoxicação (4) Sexo masculino. Tendo um sido encontradas 836 notificações que atenderam aos critérios. Utilizando a ficha de intoxicação exógena do SINAN, foram selecionados dois grupos, com informações sociodemográficas e de exposição. Estas notificações foram analisadas através de estatística descritiva por meio gráficos e tabelas e pelos Testes de Mann-Kendall e Spearman, além da análise de prevalência. Os resultados indicaram que a maior parte das intoxicações (66%) ocorreram no Sudeste (43%) e Nordeste (22%) do Estado do Pará, em homens na faixa etária de 20 a 34 anos (29%), e em sua maioria (58%) residentes em área urbana, em sua maioria foram intoxicações relativas a tentativa de suicídio (36%). Além disso, observou-se uma significativa subnotificação em idosos e menores de idade. A análise também revelou que os agrotóxicos agrícolas foram os agentes tóxicos mais notificados, respondendo por 42% dos casos, seguido dos raticidas (29%) e doméstico (12%) também se destacaram como causas frequentes de intoxicação. Além disso, sobre a situação do no mercado de trabalho, observou-se que 18% dos casos ocorreram trabalhadores autônomos e 39% dos registros estavam em branco ou ignoradas, evidenciando falhas na coleta de dados. Outro dado relevante é que 25 não possuíam o Ensino Fundamental completo e 39% tiveram sua tiveram a escolaridade registrada como em branco ou ignorada, o que pode comprometer uma análise mais detalhada da relação entre níveis educacionais e a exposição. Em conclusão, os dados avaliados revelam padrões preocupantes, especialmente jovens, residentes em áreas urbanas, com baixa escolaridade e que frequentemente recorrem ao uso de agrotóxicos agrícolas e raticidas para tentativa de suicídio. A elevada taxa de intoxicação por ingestão desses produtos, muitas vezes relacionada a tentativas de suicídio, aponta para a necessidade urgente de intervenções na área de saúde mental e controle do uso de agrotóxicos, sobretudo em ambientes domésticos.