A INTERIORIZAÇÃO DA VIOLÊNCIA: implicações para a construção da identidade de adolescentes da comunidade de Suruacá/Resex Tapajós-Arapiuns em Santarém-PA
Violência; Comunidades Ribeirinhas; Adolescência; Identidade.
A adolescência é a fase do desenvolvimento humano onde o sujeito encontra-se em processo de construção de sua identidade, de modo que, a identidade cultural do grupo onde vive é relevantemente importante neste processo, do mesmo modo, a privação ou limitação de acesso a direitos fundamentais pode gerar impactos negativos. Comunidades Tradicionais vivem historicamente um processo de violação de seus direitos coletivos, resultando em impactos sociais e ambientais que têm se amplificado nas últimas décadas. Uma das expressões da questão social em tais comunidades refere-se ao processo de interiorização da violência, que nos últimos anos tem alcançado as aldeias e comunidades tradicionais da Amazônia, revelando fenômenos criminais diversos, que abrangem a violência num sentido estrutural e também cultural, como maneira legitima de resolver conflitos. Deste modo, a pesquisa visa investigar a ocorrência do fenômeno de interiorização da violência na comunidade de Suruacá, localizada na Resex Tapajós-Arapiuns em Santarém-PA, bem como, pretende-se verificar se o fenômeno implica na construção da identidade dos adolescentes que residem em tal comunidade, à medida que buscará compreender como os moradores percebem a adolescência e a violência a partir de suas vivências. Trata-se de uma pesquisa de campo, de cunho qualitativo, que terá como técnica de coleta de dados a realização de entrevistas semiestruturada realizadas de forma individual e a abordagem em grupo por meio do Método Criativo-Sensível (MCS). Terá como base os fundamentos do Materialismo Histórico Dialético Marxista. Supõe-se que a interiorização da violência se relaciona com o precário acesso a direitos e que isso esteja relacionado à impactos negativos na construção da identidade do adolescente. Espera-se analisar que o fenômeno da interiorização da violência revela-se como uma expressão da questão social, produto da escassez de acesso a direitos básicos.