UM ESTUDO DE EGRESSOS DO SISTEMA DE ORGANIZAÇÃO MODULAR DE ENSINO (SOME) EM SANTARÉM/PA
Política pública educacional. Ensino médio. SOME. Estudo de egressos. Amazônia paraense.
O Sistema de Organização Modular de Ensino (SOME), implementado em 1980 no Pará, visa garantir o acesso ao Ensino Médio nas regiões rurais do estado. Embora tenha sido uma política pública que apresenta diversas vantagens para a Educação na Amazônia paraense, apresenta desafios a serem enfrentados para a continuidade de estudos e acesso ao mundo do trabalho. Assim, objetivamos analisar os impactos da política SOME e a possível inserção em cursos de graduação dos egressos Polo Santarém–PA. Enquanto objetivos específicos: i) realizar Revisão Sistemática da Literatura (RSL) sobre o SOME e estudos de egressos; ii) apresentar o percurso histórico do SOME desde a sua criação, dando ênfase ao Polo Santarém na atualidade; iii) mapear os egressos do SOME Polo Santarém (2019 a 2023) identificando-os por região e localidade; iv) traçar o perfil desses egressos aprovados em processos seletivos de IES públicas e sem fins lucrativos no município de Santarém–PA; e, v) analisar os desafios em relação ao acesso desses egressos à educação superior, levando em consideração a realidade contextual amazônica. O estudo é de natureza quali-quantitativa, com pesquisa bibliográfica e documental, cuja estrutura segue o modelo escandinavo, organizado por textos na modalidade de artigo e capítulo de livro (publicados ou inéditos), distribuídos em seções e subseções. Quanto aos resultados, evidenciamos que: a valorização do contexto histórico para a compreensão da evolução do SOME no atendimento das populações rurais, atenuando a falta de acesso ao ensino médio; o SOME Polo Santarém tem desempenhado um papel fundamental na garantia do direito à educação e na promoção da formação básica em 64 comunidades rurais, com 3120 alunos matriculados em 2024, contudo, no período de 2019 à 2023 confirmamos 2.766 egressos desse Polo e apenas 110 deles conseguiram ser aprovados para cursar uma graduação em IES públicas, e sem fins lucrativos, em Santarém/PA. Os desafios indicam possíveis dificuldades em decorrência do contexto estudado, assim, cabe destacar a urgência em rever não só a política de ensino médio do Pará, mas também a política de acesso ao ensino superior na região, considerando o contexto amazônico.