USO TRADICIONAL DE PLANTAS MEDICINAIS NA COMUNIDADE PARAUÁ NO MÉDIO TAPAJÓS
Povos Tradicionais, Saber Tradicional, Sustentabilidade, Amazônia
O Brasil se destaca por possuir vasta sócio biodiversidade composta por rica variedade étnica, cultural, social e diversidade ambiental, além de que, ao longo de séculos pessoas que compõem comunidades locais no país, mantém amplos e ricos conhecimentos tradicionais, sobretudo associados ao uso e manejo de plantas medicinais para tratamento de enfermidades. Esta dissertação de mestrado tem como objetivo geral compreender o uso tradicional de plantas medicinais no contexto amazônico. Para isso, organizou-se a dissertação em dois capítulos, no qual, o primeiro, tem por objetivo avaliar o saber tradicional sobre o uso de plantas medicinais na Amazônia Brasileira, através de uma revisão sistemática. E o segundo capítulo, investigar o uso tradicional de plantas medicinais na Comunidade de Parauá, Médio Tapajós. E os objetivos específicos são: identificar as espécies de plantas mais utilizadas para tratar enfermidades, avaliar as formas de transmissão do conhecimento tradicional sobre plantas medicinais, bem como seus métodos de uso e preparação. A pesquisa tem caráter descritivo, exploratório com abordagem quantitativa e qualitativa. Destaca-se o método de História Oral, ferramenta usada na busca dos conhecimentos e particularidades socioculturais da Comunidade de Parauá, Médio Tapajós. No primeiro capítulo evidenciou-se através de um artigo de revisão sistemática, a importância de compreender a relevância social, econômica, ambiental e cultural que o cultivo de espécies medicinais simboliza para os povos tradicionais na Amazônia Brasileira, dado que o uso desse conhecimento pode viabilizar modelos sustentáveis dos recursos naturais e da manutenção da biodiversidade. O segundo capítulo demonstra que, a comunidade por ser localizada em uma Unidade de Conservação de Uso Sustentável, mantém o cultivo de plantas medicinais em quintais pelo fácil acesso e disseminação dos saberes entre os comunitários como forma de valorizar a biodiversidade e conservação ambiental para as próximas gerações, favorecendo a construção de uma memória biocultural, propiciado pela observação e pela transmissão oral. Sendo a biodiversidade responsável pela manutenção da vida e o equilíbrio dos ecossistemas, torna-se fundamental o registro de saberes sobre plantas medicinais, no sentido de contribuir com a importância da espécie para o ambiente amazônico e a proteção de seu patrimônio genético.