ASSOCIAÇÃO ENTRE TRANSTORNOS MENTAIS COMUNS E COMPROMETIMENTO DA ATENÇÃO EM ESTUDANTES DE CURSOS DA ÁREA DA SAÚDE
Saúde mental. Estresse. Ansiedade. Depressão. Ensino Superior
Transtornos Mentais Comuns – TMC –, como estresse, ansiedade e depressão, são questões críticas de saúde pública global que afetam pessoas de todas as idades e gêneros. Estudantes de ensino superior, especialmente aqueles matriculados em cursos da área da saúde, são frequentemente impactados por estes sintomas, podendo resultar em impactos negativos tanto no desempenho acadêmico quanto em suas futuras carreiras profissionais. Neste estudo, o objetivo foi determinar a prevalência de TMC entre estudantes da área de saúde, analisando a possível relação entre esses transtornos e o grau de comprometimento da atenção, bem como determinar os possíveis fatores de risco associados. Participaram da pesquisa 64 acadêmicos do sexto ao oitavo ano letivo, matriculados nos cursos de fisioterapia e enfermagem de instituições públicas e privadas localizada no norte do Brasil. A amostra, selecionada de forma não probabilística (por conveniência), foi caracterizada como predominantemente jovem, com idade variando entre 18 e 41 anos, solteiros (87,5%), sendo a maioria composta por mulheres (71,8%). Do total de participantes, 59,4% residem com pais e irmãos, com renda familiar mensal situada entre 2 e 5 salários-mínimos (71,9%). São, em sua maioria, considerados saudáveis, uma vez que praticam atividade física regularmente (42,2%) mantêm uma dieta equilibrada, predominantemente composta por comida doméstica não processada (71,9%). Porém, a maioria relata dormir entre 5 e 6 horas por noite (73,4%). Apenas 6,3% do público-alvo declararam-se neurodivergentes. Com a pesquisa foi possível verificar que uma parcela significativa dos participantes apresentou alta probabilidade de sofrimento mental (56,1%), o que refletiu nos achados sobre prevalência de estresse (48,4%), ansiedade (53,1%) e depressão (45,3%) observados. Os resultados da análise de regressão destacaram que níveis como estresse extremamente severo e ansiedade severa apresentaram impactos mais expressivos no desempenho atencional. Por outro lado, graus leves ou moderados de estresse, ansiedade e depressão não apresentaram correlação relevante com o comprometimento da atenção. Da mesma forma, não foram encontradas correlações relevantes entre os sintomas de TMC e fatores de risco associados. Esses achados reforçam a importância de futuras investigações para aprofundar o entendimento sobre os fatores que contribuem para a saúde mental dos estudantes, com foco em intervenções que possam melhorar sua qualidade de vida e bem-estar.