Conversão de rejeitos da barragem do Kalunga (Pará) em nanomaterial com estrutura shigaita
rejeitos, Amazonia, transformação, nanomaterial, argila
neste trabalho foi avaliada a transformação de rejeitos de Mn da barragem do Kalunga (Pará) em argila aniônica com estrutura em camada, após estudos de caracterização química e mineral dos rejeitos, assim como de modificação das condições de síntese (pH, razão catiônica, tempo e temperatura). As análises de caracterização envolvidas foram fluorescência de raios-X, difração de raios-X, espectroscopia Raman e de infravermelho (FTIR), análise térmica, microscopia eletrônica de varredura e transmissão. Os resultados obtidos mostraram que rejeitos compostos por todorokita, lithiophorita, vernadita, criptomelana, hollandita, birnessita, quartzo, cristobalita, anatásio, hematita e com teor de MnO acima de 54 % (peso) foram convertidos com sucesso em argila aniônica tipo shigaita. As condições ideais revelaram que o material é formado sem impurezas a 75 ºC, por 2 dias, razão Mn2+:Al3+ de 4:1, pH de 11,2 com tamanho médio de partícula de 25 nm. Bandas de estiramento típicas de produto lamelar como shigaita foram observados na faixa de 1100 a 400 cm-1. Uma morfologia típica em folhas com média de tamanho de grão de 5 mm foi observada. O comportamento termal de shigaita mostrou quatro principais eventos referentes a perda de agua, desidroxilação, destruição estrutural (~250 º) e formação de óxidos acima de 500 ºC. Desta forma, pôde-se propor a utilização rejeitos da mineração da Amazônia para a produção de um material de grande relevância tecnológica em processos de adsorção de poluentes texteis, o que pode significar a redução de descarte dos rejeitos no meio ambiente.