O desenvolvimento profissional docente em uma comunidade acadêmica colaborativa: uma análise do Grupo de Estudo e Pesquisa Formação de professores na Amazônia paraense - FORMAZON/UFOPA
Formação, Desenvolvimento profissional contínuo, Comunidades com postura investigativa, Grupos colaborativos
Esta pesquisa tem como objetivo geral analisar as contribuições de uma comunidade acadêmica colaborativa - FORMAZON - que integra professores escolares, professores acadêmicos e futuros professores de diferentes áreas, para o desenvolvimento profissional de seus participantes. A investigação buscou responder a seguinte questão: De que forma uma comunidade acadêmica colaborativa contribui para o desenvolvimento profissional de seus participantes? Como base teórica para produção, discussão e análise dos dados, associamos os conceitos de desenvolvimento profissional docente (DAY, 2001; MARCELO GARCIA, 1999); comunidades com postura investigativa (COCHRAN-SMITH; LYTLE,1999, 2009), grupos colaborativos (FIORENTINI, 2004, 2012, 2013); CRECCI; FIORENTINI; 2013, 2018) à Teoria Social da aprendizagem e a noção de Comunidade de Prática (LAVE, 2013; WENGER, 2008, 2013; WENGER, MCDERMOTT; SNYDER, 2002). Para o delineamento da pesquisa qualitativa (BOGDAN; BICKLEN, 1994) adotamos um estudo de caso (YIN, 2001; ALVES MAZZOTI, 2006), que investigou de forma particular e real a interação na comunidade. Para isso utilizamos como fonte de dados a observação participante, as notas de campo e gravações em áudio, os quais foram coletados em 12 encontros durante os anos de 2017 e 2018. Na análise dos dados empregamos a análise temática proposta por Guest, Macqueen e Namey (2011). Participaram da pesquisa 18 participantes, entre eles 02 docentes da universidade, 01 mestre, 02 acadêmicos, 07 mestrandas e 06 professores escolares. Os resultados evidenciam que o FORMAZON enquanto uma comunidade acadêmica colaborativa tem proporcionado o desenvolvimento dos seus participantes à medida que adota a colaboração no processo de construção de pesquisas e práticas, também possibilita a reflexão e investigação sobre a prática, promove o compartilhamento de aprendizagens, impulsiona a postura investigativa na interface entre a escola e a universidade e incentiva o amadurecimento pessoal e profissional. No entanto, o estudo aponta desafios quanto a ampliação da postura investigativa relacionada à produção escrita e à colaboração permanente entre a universidade e escola. Concluímos que os grupos colaborativos poderão fomentar ações de formação de professores, tendo em vista que podem ser catalisadores do desenvolvimento profissional contínuo de professores.