PERTURBAÇÕES ANTROPOGÊNICAS NAS ÚLTIMAS DÉCADAS NO IGARAPÉ URUMARI, SANTARÉM, PARÁ
Geotecnologia. Percepção ambiental. Segurança hídrica. SIG.
O surgimento de ocupações espontâneas e o uso indevido do solo, bem como o manejo inadequado dos recursos hídricos, trazem como consequência inúmeros problemas ao meio ambiente e às pessoas que convivem e dependem deste meio. A pesquisa teve como local de estudo a microbacia do igarapé do Urumari, localizado na cidade de Santarém, Pará, e objetivou identificar e analisar as dinâmicas espacial e temporal das mudanças de uso e cobertura do solo na microbacia do igarapé entre 1987 e 2018, valendo-se de técnicas de processamento digital de imagens e sensoriamento remoto. Além disso, buscou investigar a percepção de moradores mais antigos que residem ao longo do igarapé sobre os possíveis processos locais de degradação ambiental, respeitando a linha temporal e fazendo um comparativo de tal percepção com os dados adquiridos por meio das geotecnologias. O método para sensoriamento remoto incluiu visita in loco a pontos estratégicos do curso principal do igarapé do Urumari, classificação supervisionada pelo algoritmo Máxima Verossimilhança, imagens dos satélites Landsat 5 TM, Landsat 8 OLI e entrevista com comunitários. A análise dos dados de sensoriamento remoto foi elaborada com o uso do software QGIS e seus complementos. Os resultados mostram a perda da vegetação densa e o aumento considerável das áreas edificadas ou com solo exposto. Com isso, conclui-se que o ambiente estudado sofreu profunda intervenção humana nos últimos 31 anos, sem qualquer tipo de reparação da vegetação nativa. Já o método para a coleta de dados qualitativos incluiu a técnica de Entrevista Centrada no Problema aplicada a 31 pessoas e, para analisar as entrevistas, foi utilizada a técnica do Discurso do Sujeito Coletivo (DSC).