ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DOS ACIDENTES OFÍDICOS OCORRIDOS ANTES E DURANTE O PERÍODO DE PANDEMIA POR COVID 19 NOS MUNICÍPIOS DE BELTERRA E SANTARÉM, PARÁ, BRASIL
Amazônia, Epidemiologia, Ofidismo, Serpentes, COVID-19
Acidentes por animais peçonhentos constituem um problema de saúde pública, e que muitas das vezes é negligenciado, em especial em países tropicais onde é difícil o acesso aos serviços de saúde. O ofidismo compreende o quadro de envenenamento proveniente da inoculação de peçonha através da picada de serpentes. No Brasil, as serpentes de interesse em saúde pública pertencem aos gêneros Bothrops, Crotalus e Lachesis todos da família Viperidae, e Micrurus da família Elapidae, sendo que os acidentes ofídicos mais frequentes são ocasionados por serpentes do gênero Bothrops. No Brasil, o envenenamento causado por serpentes do gênero Bothrops representa cerca de 90% de todos os acidentes e é mais frequente nas regiões Norte e Centro-Oeste do país. Fatores ambientais, como mudanças climáticas e a ação do homem, são favoráveis aos acidentes. A ocorrência dos acidentes ofídicos também está relacionada à atividade das serpentes, que aumenta quando estão em busca de alimento, à procura de parceiros para acasalar, ou para controle de sua temperatura corporal. Na região de Santarém, no Pará, aparentemente houve o registro do aumento de acidentes ofídicos durante o período chuvoso e pandêmico, referente a pandemia de COVID-19, onde suas possíveis causas para tal acontecimento é de origem desconhecida, necessitando de estudos mais aprofundados. O presente estudo tem como objetivo apresentar o perfil epidemiológico dos acidentes ofídicos nos municípios de Santarém e Belterra, ocorridos antes e durante a pandemia por COVID-19, apontando os possíveis fatores que levaram ao aumento do ofidismo na região, e buscando contribuir para o maior conhecimento do comportamento desses agravos nesses municípios.