IMPACTOS SOCIOAMBIENTAIS DE CHEIAS E SECAS NAS COMUNIDADES E ESCOLAS DE VARZEA DE SANTARÉM
Várzea. Impactos. Cheias. Secas. Escolas.
A intensidade da dinâmica sazonal do rio, associada aos eventos extremos causados pelas
mudanças climáticas e a ação do homem no território, trazem à paisagem da várzea profunda
inconstância e vulnerabilidade. O conhecimento sobre os impactos de tais eventos nas escolas
e nas comunidades ribeirinhas ainda é insipiente e fragmentado. Esse vácuo epistemológico
contribui para a geração de percepções equivocadas e distantes do entendimento do complexo
mosaico, físico, geográfico, biológico, étnico e social, que forma o conjunto da várzea. Essa
pesquisa foi realizada nas microrregiões Tapará, Urucurituba e Aritapera, na Ilha Grande
Tapará, ao norte do município de Santarém. Teve como objetivo realizar um diagnóstico
socioambiental das comunidades e identificar os impactos da sazonalidade e de eventos naturais
e seus extremos nas comunidades e nas escolas de várzea, identificar as vulnerabilidades e
potencialidades da várzea. O Alcance dos objetivos deu-se com por meio de uma abordagem
quantitativa/qualitativa, multimétodo, interdisciplinar para a geração e análise de dados.
Conclui-se que eventos e desastres naturais, como terras crescidas e terras caídas, águas
sazonais e secas, trazem impactos de modo diferenciado às comunidades. As Microrregiões sob
maior pressão ambiental de terras caídas e terras crescidas e pressão de extremos hídricos
sazonais são: Aritapera e Urucurituba. A microrregião do Tapará apresenta índices menores de
exposição, porém está sujeita a imprevisibilidade destes fenômenos e a manifestação de
subsidências o que ocasionou a interdição e perda de três prédios escolares no intervalo de 10
anos. Os impactos de grande e média proporção na estrutura física apresentaram como
consequência perda de material didático e pedagógico (mapas, globos, livros); equipamentos
(carteiras, quadros, utensílios de cozinha, alimentação escolar); desalojamento de alunos e
professores. São múltiplos fenômenos naturais e intervenções antrópica que contribuem para a
várzea seja um ambiente composto por inúmeras vulnerabilidades capazes de afetar a vida
escolar de crianças e adolescentes e interferir e limitar a prática pedagógica. As nuances das
mudanças sazonais, podem surpreender a cada ano, e assim diminuir ou aumentar o grau de
vulnerabilidade, sensibilidade e exposição das comunidades e escolas. Esses fenômenos geram
consequências de diversas ordens: financeira, emocional, geográfica, ambiental, limitações e
danos ao exercício da prática pedagógica nas escolas de várzea de Santarém. Estes eventos,
potencializados pelas mudanças climáticas apresentam-se como desafios.