Avaliação da Toxicidade Aguda do Pesticida Clorpirifós em tambaqui (Colossoma macropomum, CUVIER 1818)
Colossoma macropomum; Clorpirifós; Toxicidade Aguda
Avaliar a toxicidade de pesticidas utilizados nas lavouras temporárias para organismos aquáticos permite elucidar perturbações instaladas recentemente ou agregadas ao longo do tempo. Assim, este estudo ecotoxicológico buscou avaliar a toxicidade aguda do pesticida clorpirifós 48% (Klorpan® 480EC) a fim de determinar a concentração média letal (CL50) para juvenis de tambaqui (Colossoma macropomum). A sensibilidade tóxica do organismo-teste foi avaliada preliminarmente utilizando-se a substância-referência “Dicromato de Potássio”. Os ensaios de toxicidade aguda ocorreram em condições controladas de laboratório, por 96 horas de exposição, sob sistema estático. Os juvenis de peso médio 1,02±0,06g, foram distribuídos em grupos de n=15 formados por triplicatas de 5 indivíduos por aquário para cada concentração da faixa de letalidade estabelecida: 2,5; 10; 15; 25 e 45 µg/L, e mais um controle (branco). Os dados de letalidade foram tratados pelo método de Trimmed Spearman-Karber, que por análises de Probito determinou-se a CL50-96h de 16,42µg/L do clorpirifós para os juvenis de tambaqui. Efeitos rápidos e severos provocaram a morte dos animais em 48h de ensaio, e alterações comportamentais foram observadas até 96h de exposição.Antes de induzir a morte nos animais, este pesticida provocou em todas as concentrações, algumas mudanças de comportamento como: Batimento opercular acelerado, nado contínuo, respiração na superfície, perda de equilíbrio natatório, natação errática, paralisia, espasmos, convulsão, e outros. As análises metodológicas qualitativas/quantitativas exploratórias destes efeitos comportamentais, demonstraram possível relação de concentração-resposta. Os resultados permitem sugerir que, o pesticida clorpirifós demonstrou-se muito tóxico para peixes, e representa grande ameaça para a sobrevida da biota de ambientes aquáticos.