Bem-estar Animal: Avaliação quantitativa de lesões em carcaças bovinas em frigorifico de Santarém-PA
bem-estar animal, manejo pré-abate, bovinocultura, produção animal.
O manejo pré-abate é um dos pontos fundamentais na cadeia produtiva da carne bovina, o manejo inadequado ocasiona perdas quantitativas significativas. Nesse sentido, foi realizada uma pesquisa descritiva de abordagem quantitativa que objetivou avaliar a ocorrência de hematomas e perda por lesões em carcaças bovinas de animais abatidos submetidos a influência do transporte, realizado em quatro distâncias diferentes. O estudo foi realizado em um abatedouro frigorífico no município de Santarém-PA. Avaliou-se visualmente a localização, a idade das lesões, intensidade nas carcaças bovinas, também foi analisado dados referentes ao tipo e estado dos caminhões que os animais foram transportados e classe sexual. Foram avaliadas 3.003 carcaças, desse total, 2121 eram machos e 882 eram fêmeas, sendo 62,90% dos animais provenientes da mesorregião do Baixo Amazonas e 37,10% provenientes de região Oeste do Pará. Do total de carcaças avaliadas, 2409 (80%) apresentaram lesões de graus variados, foram contabilizadas incidência de 8.026 hematomas, com média de 2,67 lesões por animal. A distância de transporte > 100 e entre 201 a 300km apresentaram maior registro de médias de lesões por animais. Observou-se maiores frequências de lesões superficiais classificadas como grau I (n=6706) com predominância no quarto traseiro (86,29%) região de grande concentração de cortes nobres como alcatra, lagarto e picanha que obtiveram maior frequência de hematomas. A maioria das lesões foram classificadas como recentes (98,10%). Bovinos machos (n=2121) foram o grupo com maior incidência de lesões nas carcaças. Para estimar as perdas econômicas causadas por lesões ou hematomas nas carcaças bovinas foi realizada amostragem dos tecidos descartados, estimou-se que durante o período compreendido do estudo um total de 6.581,032kg foi descartado. Os cortes cárneos mais afetados foram alcatra, lagarto e picanha. Observou-se que 94,74% dos animais que chegaram no abatedouro-frigorifico foram transportados por caminhões do tipo Truck, sendo encontrado maior frequência de pisos regulares. Os resultados obtidos evidenciam que, o transporte e manejo pré-abate são deficitários e precisam de adequação.