Banca de DEFESA: TATIANE ALMEIDA LEMOS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : TATIANE ALMEIDA LEMOS
DATA : 28/12/2021
HORA: 14:30
LOCAL: meet.google.com/mpv-ipov-bxp
TÍTULO:

CONHECIMENTO TRADICIONAL E PERCEPÇÃO AMBIENTAL RELACIONADOS A PESCA DO PIRARUCU (Arapaima gigas) NA MICRORREGIÃO DO TAPARÁ, PARÁ




PALAVRAS-CHAVES:

Amazônia. Etnoconhecimento. Pesca Artesanal


PÁGINAS: 111
RESUMO:

Este trabalho teve como objetivo analisar o conhecimento tradicional e a percepção ambiental usados para a realização da pesca do pirarucu nas comunidades que adotam o sistema de manejo comunitário e as que não adotam, na microrregião do Tapará, Santarém, Pará. As informações foram coletadas por meio de formulário semiestruturado. A técnica utilizada para o levantamento dessas informações foi o método bola de neve. Utilizou-se ainda diário de campo, registro de áudio e de imagens. Os dados foram armazenados em planilhas eletrônicas, analisados por meio de estatística descritiva. Também foram elaboradas tabelas de cognição comparada. Para comparação entre os dados e verificação de possíveis diferenças quanto a percepção ambiental entre áreas com manejo do pirarucu e áreas sem manejo do pirarucu foi aplicado o teste não-paramétrico de Qui-quadrado de Pearson. As comunidades foram categorizadas em dois grupos: a) Comunidades que possuem manejo do pirarucu (CCMP): Santa Maria e Tapará-miri e b) comunidades que não possuem manejo do pirarucu (CSMP): Barreira e Correio do Tapará. O estudo contou com a participação de 63 pescadores, sendo estes 51 CCMP, e 12 CSMP. A maioria dos pescadores é do sexo masculino, possuem entre 40 a 60 anos de idade e ensino fundamental incompleto, possuem renda inferior a um salário mínimo e vínculo com alguma organização social. A maior parte da pesca é realizada nos lagos. Os principais instrumentos citados pelos pescadores foram malhadeira e arpão, respectivamente. As principais embarcações são constituídas de canoas de madeira. A maior parte da captura é comercializada nas próprias comunidades e na cidade de Santarém. Os pescadores artesanais das CCMP citaram 11 diferentes itens alimentares consumidos pelo pirarucu, configurando uma dieta voltada a hábitos carnívoros. Nas CSMP foram mencionados 10 itens alimentares que caracterizaram a espécie também como carnívora. Os pescadores das duas categorias apontaram outras espécies de peixes e jacarés como predadores do pirarucu, evento esse que para a maioria dos entrevistados ocorre nos lagos. Para 58%dos pescadores das CCMP e 67% das CSMP o período reprodutivo do pirarucu ocorre na enchente, evento que inicia para CCMP quando o pirarucu atinge em média 1,64 metros (±0,51) e 1,58 metros (±0,49) para CSMP. Segundo os pescadores das duas categorias o pirarucu se desloca entre os ambientes de lagos nas comunidades da própria microrregião e da Ilha de São Miguel. Não foram encontradas diferenças estatísticas significativas entre a percepção ambiental das categorias. Foram relatadas mudança no ambiente de pesca e alteração na qualidade da água nos últimos 10 anos nos dois sistemas. Para 73% das CCMP e 50% das CSMP nunca houve desaparecimento da espécie. Para a maioria dos pescadores, 84% CCM e 100% CSMP, o ambiente influencia na qualidade do peixe. Todos os entrevistados consideram a conservação do ambiente importante. 53% das CCMP afirmam que não há presença de fatores prejudiciais à pesca, já 67% da CSMP afirmam que há presença de variáveis prejudiciais. Quanto ao impacto do próprio apetrecho no sistema a maioria dos participantes dos dois sistemas afirmam que não há influência do material utilizado.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2160202 - ALANNA DO SOCORRO LIMA DA SILVA
Interno - 1776327 - THIAGO ALMEIDA VIEIRA
Externa ao Programa - 1967452 - ADRIANA CAROPREZO MORINI
Notícia cadastrada em: 27/12/2021 16:03
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