Atualmente preocupa-se muito com a qualidade de corpos hídricos, em especial os de água doce, considerados um dos ecossistemas que mais sofrem com a degradação no planeta. Lagos são ecossistemas de água doce que possuem uma complexa dinâmica e que possuem importante relação com fauna presente nestes ambientes, podendo atuar como repositórios da biodiversidade. Os organismos presentes nestes ecossistemas podem ser diretamente afetados por alterações na qualidade ambiental. Dentre os organismos que ocorrem em ambientes de água doce, os macroinvertebrados estão entre os mais abundantes. O filo Mollusca caracteriza-se por reunir uma série de macroinvertebrados que juntos constituem a segunda maior diversidade do reino animal. São animais de corpo mole, que podem ou não possuir uma concha, habitando os mais variados ecossistemas aquáticos. Estes macroinvertebrados apresentam importante relação com os componentes bióticos e abióticos de seus ecossistemas, e sua diversidade pode ser empregada na avaliação ambiental em sistemas dulcícolas. Nestes ecossistemas ocorrem apenas duas classes de moluscos, Bivalvia e Gastropoda. No Brasil, existem cerca de 115 espécies de moluscos dulcícolas pertencentes a classe Bivalvia e 193 a classe Gastropoda. Porém, estas estimativas são imprecisas, devido à falta de conhecimento básico sobre sua ocorrência. Dada as ameaças antrópicas aos sistemas de água doce, a sua biodiversidade, a importância ecológica do filo Mollusca para estes ecossistemas, bem como a falta de conhecimento referente a sua ocorrência e distribuição no Brasil, esta pesquisa se propõe a avaliar a saúde ambiental dos lagos de Santarém através da resposta biológica das comunidades de moluscos dulcícolas, partindo do conceito de que estes animais respondem bem às alterações ambientais de seus habitats e de que tais alterações podem afetar sua abundância e distribuição.