Qualidade de vida de professores do município de Santarém (Pará) que foram acometidos pela COVID-19
COVID-19. Qualidade de vida. Professores
A pandemia de COVID-19 alcançou grandes proporções no Brasil e impactou o país em diversos aspectos, com disseminação rápida e várias repercussões, além das multiorgânicas causadas pelo próprio vírus, interferiu em várias esferas, entre elas, a educacional. Após o adoecimento, uma parcela considerável da população vem apresentando sintomas, alguns ainda semelhantes com os da doença e outros novos. As evidências sinalizam para a Síndrome pós-COVID-19 e para a possibilidade de agravamento de sintomas antes já referidos por alguns pacientes. De fato, ainda é difícil mensurar os impactos que a pandemia deixou, mas se faz relevante investigar o estado de saúde da população após um período tão crítico vivenciado em todo o mundo e investigar se as pessoas já conseguiram retornar à “normalidade” ou se já estamos próximos a isso. Objetivo: Analisar a qualidade de vida dos professores que foram acometidos pela doença coronavírus 2019 (COVID-19) no município de Santarém (Pará), identificando a presença de sintomas que possam interferir nessa percepção de saúde. Material e Método: Após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos, foi realizado um estudo descritivo, exploratório, do tipo quantitativo e transversal. Os professores responderam um questionário semiestruturado com informações sobre o (s) adoecimento (s), vacinação e sintomas atuais. Após, responderam os instrumentos para análise da qualidade de vida (EQ-5D-5L e WHOQOL-bref). Resultados e Discussão: A amostra foi composta por 20 docentes, com predominância do sexo feminino (80%). Foi constatado que a maior parte dos professores considera sua qualidade de vida “boa”, porém todos convivem com sintomas e todos fazem uso de medicamentos diariamente. Os domínios de dor/mal-estar e ansiedade e depressão foram os mais citados. As alterações no sono, falta de atenção, ansiedade, cansaço, alterações na memória e dores de cabeça foram os sintomas mais incidentes no grupo. O estudo apresentou correlação entre os sintomas após o adoecimento com o uso de medicamentos diários, dificuldades de concentração, falta de energia e com dificuldades no sono. Por último, o estudo apresentou associação entre qualidade de vida e cansaço e entre a qualidade de vida e falta de atenção. Considerações finais: Em geral, fatores como cansaço e falta de atenção são variáveis que em maior intensidade podem interferir em várias atividades profissionais, entre elas a docente. Fica o alerta através da pesquisa para investigações que correlacionem sintomas, com a atividade de docente e automedicação.