Banca de QUALIFICAÇÃO: GERALDO WALTER DE ALMEIDA NETO

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : GERALDO WALTER DE ALMEIDA NETO
DATA : 31/01/2019
HORA: 14:00
LOCAL: sala 103 - Campus Amazônia
TÍTULO:

ANÁLISE EPIDEMIOLÓGICA DO ESCORPIONISMO NO
BRASIL E OUTROS PAÍSES QUE POSSUEM SISTEMAS DE
NOTIFICAÇÃO COMPULSÓRIA DE ACIDENTES POR
ANIMAIS PEÇONHENTOS, PERÍODO DE 2001 A 2016


PALAVRAS-CHAVES:

escorpião; envenenamento; sistemas de informação; Amazônia Legal.


PÁGINAS: 30
RESUMO:

Os acidentes por animais peçonhentos, apesar de antigos, ainda representam um grande problema de saúde pública no Brasil e no mundo, apresentando alta frequência em morbimortalidade da população afetada. Dentre estes está o escorpionismo, causado por picadas de escorpiões, podendo levar a quadros de envenenamentos humanos cuja gravidade e evolução variam desde casos leves e moderados a até graves, podendo causar óbitos ou sequelas temporárias. O objetivo do presente estudo foi realizar a análise epidemiológica retrospectiva do escorpionismo na Amazônia Legal, no Brasil e em países com sistema de notificação compulsórias. A metodologia consistiu de um levantamento clínicoepidemiológico descritivo e analítico dos acidentes escorpiônicos notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação-SINAN (Brasil), no Sistema Nacional de Vigilancia de la Salud” (Argentina); do “Instituto Nacional de Estadística y Geografia (INEGI; México) e do US Poisson Control Center. Os dados demográficos e as estimativas populacionais, elaboradas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), necessários aos cálculos das taxas de incidência e coeficientes de mortalidade foram coletados no sítio eletrônico do Departamento de Informática do
Sistema Único de Saúde-DATASUS. As variáveis epidemiológicas (sexo, faixa etária e raça/cor) e
clínicas (evolução dos casos, classificação dos casos e tempo da picada/atendimento) foram analisadas por meio da realização dos cálculos de taxas de incidência, letalidade, mortalidade e risco relativo, empregando-se um intervalo de confiança de 95%. Serão realizados ainda, o teste de Kruskal-Wallis, qui-quadrado e correlação de Pearson. A tabulação, análise e plotagem dos dados, serão realizados com os softwares Microsoft Excel 2013, EpiInfo 7.2 e BioEstat 5.0 e o mapa produzido com o QGIS
® versão 3.4.2. Até o momento foram analisados os dados relativos à Amazônia Legal, em particular do estado do Pará, com dados preliminares de 2010 a 2016. Neste período, o escorpionismo representou a segunda maior causa de acidentes por animais peçonhentos no estado do Pará, tendo sido notificados 12.220 casos, dos quais 24 evoluíram para óbito. As taxas médias anuais de incidência e mortalidade, para 100.000 habitantes, foram de 21,76 e 0,043, respectivamente, e uma letalidade média anual correspondente a 0,20%. Os indivíduos do sexo masculino e com idade de 20 a 39 anos foram os mais acometidos. Quanto aos óbitos, estes foram mais frequentes na faixa etária de até 19 anos de idade. No que concerne à raça/cor, a população negra foi a mais acometida (80,49%). A maioria dos acidentados
(64,70%) foram atendidos em até 3 horas e os meses de março a agosto concentraram a maioria dos casos. Com relação à distribuição dos acidentes, os municípios de Santarém e Uruará apresentaram o maior número de casos, contudo as maiores incidências médias, no período estudado, foram observadas nos municípios de Brasil Novo e Trairão. Quanto aos fatores de risco para o óbito, indivíduos de até 19 anos de idade apresentaram risco relativo (RR) de 5.26 (IC 95% 2.32; 11.89), os casos graves com RR de 5.69 (IC 95% 2.07; 15.64), e o atendimento tardio (acima de 3 horas) com RR de 3,74 (IC 95% 1,21-11,57). A análise demonstrou que com o decorrer dos anos, houve uma diminuição das taxas de incidência e mortalidade do escorpionismo no Pará. Conclui-se que, apesar do número elevado de casosde envenenamento escorpiônicos, neste estado, estes apresentam baixa letalidade e a intervenção hospitalar vem sendo realizada em tempo hábil, a fim de se evitar o óbito e as possíveis sequelas. A população em faixa etária economicamente ativa é a mais acometida, porém os óbitos são mais frequentes em crianças. Na fase seguinte do trabalho serão coletados e analisados os dados em nível de Brasil, a fim de serem comparados com as bases internacionais.


MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1966924 - CARLOS IVAN AGUILAR VILDOSO
Presidente - 1684515 - JOACIR STOLARZ DE OLIVEIRA
Externo ao Programa - 1243405 - THALIS FERREIRA DOS SANTOS
Notícia cadastrada em: 17/01/2019 16:46
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