VARIABILIDADE TEMPORAL DA RADIAÇÃO ULTRAVIOLETA SOLAR INCIDENTE EM SANTARÉM, PARÁ
Monitoramento Ambiental, Radiação Ultravioleta Solar, Variabilidade Temporal, Amazônia
Os efeitos da radiação ultravioleta solar (RUV) aos ecossistemas, incluindo seres humanos, dependem dos níveis de exposição e da intensidade incidente. Esta, por sua vez, é determinada por diversos fatores, incluindo os que são afetados pela mudança de uso da terra, como desmatamento, transformações agrícolas, desenvolvimento urbano e industrial. É importante ressaltar que as mudanças climáticas, influenciadas por ações antropogênicas, podem resultar em aumentos ou diminuições na RUV incidente, dependendo da localização, época do ano e outras circunstâncias. Portanto, se faz necessário o monitoramento em nível local, ademais na região amazônica, no caso, em Santarém, Pará, sendo esta, centro polarizador do Baixo Amazonas, com alto número de pessoas frequentadoras, expostas a quantidades não conhecidas de RUV, devido a um déficit de estudos nesta área. Neste trabalho realizou-se o monitoramento contínuo da RUV incidente sobre a cidade Santarém, com intuito de demonstrar por meio da série de temporal obtida, a variação da RUV em diferentes escalas de tempo (diária, mensal, sazonal). Um período de 9 meses de dados (abril a dezembro de 2019), na faixa de comprimento de onda de 250-400 nm foi medido e analisado estatisticamente. Observou-se que no período chuvoso (dezembro a junho) foram identificadas as maiores máximas de RUV. O mês de abril, dentre os meses estudados, apresentou maior valor para esta radiação, atingindo a máxima de 110 W/m², às 11h da manhã. Setembro e agosto apresentaram as menores máximas, respectivamente 77,90 W/m² e 75,10 W/m². Contudo, mesmo valores máximos apresentando-se superiores no período chuvoso em relação ao período seco, os meses do período seco (julho a novembro) apresentaram as maiores médias, sendo setembro o mês com maior média 33,39 W/m² e com 75% da RUV incidente atingindo até 58,12 W/m² . Pressupõe-se que as máximas registradas no período chuvoso podem ocorrer devido a morfologia das nuvens presentes neste período do ano, que tendem a provocar um aumento no fluxo de radiação que atinge a superfície. Quanto à média e terceiro quartil maiores nos meses do período seco, uma das possíveis explicações também seria pela cobertura de nuvens, que é menos presente nesta época, permitindo a RUV atingir a superfície com menos interferência.