ESTUDO DA APLICABILIDADE DO DNA RIBOSSOMAL 28S NA IDENTIFICAÇÃO MOLECULAR DE PALAEMONÍDEOS DA AMAZÔNIA BRASILEIRA
Palaemonidade, 28S, Identificação molecular.
Os camarões carídeos compõem um grupo muito diverso dentro dos crustáceos decápodes. Atualmente, são reconhecidas 39 famílias, com destaque para a família Palaemonidae. Na América do Sul, os camarões palemonídeos são a família mais especiosa com ampla distribuição, e na Amazônia brasileira são registrados a presença de 33 espécies, com destaque para os gêneros Macrobrachium, Palaemon e Pseudopalaemon com maior número de espécies, respectivamente. A literatura para análise morfológica e taxonômica de palaemonídeos apresenta-se atualizada e bem estruturada, no entanto, esta metodologia de identificação é, em certos casos, complexa devido ao seu grande conservadorismo morfológico interespecífico associado a uma considerável variação morfológica intraespecífica. A aplicação de técnicas moleculares contribui para o avanço em estudos de delimitação de espécies e relações filogenéticas de camarões palemonídeos. No presente trabalho objetivamos avaliar a aplicabilidade de uma região do DNA ribossomal (rDNA) 28S como ferramenta para identificação molecular de camarões da família Palaemonidae. A composição do banco de dados foi através de coletas de camarões na proximidade do município de Santarém, no oeste do Estado do Pará, onde situa-se a confluência do rio Amazonas e rio Tapajós, com sete pontos de coletas, e a incorporação de amostras de espécimes depositadas em três museus da região norte. Para a amplificação da região ribossomal 28S (~540 pb) utilizou-se o iniciador 28S A e 28S B. As sequências foram organizadas da seguinte forma: (1) banco de dados com 47 sequências de museu e uma árvore filogenética foi construída através do método de agrupamento de vizinhos (NJ), baseada em distância genética simples (p); (2) banco de dados com 15 sequências de museu e 27 sequências de haplótipos de amostras de igarapés e três métodos de delimitação de espécies foram aplicados: ABGD, GMYC E PTP. Com os agrupamentos fortemente suportados, a metodologia empregada permitiu uma análise por meio da correspondência entre o posicionamento das sequências em diferentes métodos de delimitação, onde foram identificadas 20 espécies pela abordagem ABGD e GMYC e 30 espécies pelo método PTP, inferimos a identificação taxonômica de 16 háplotipos e uma amostra de museu, corrigimos a identificação de seis amostras de museu, e 11 haplótipos foram identificados somente a nível de gênero. Os resultados dos dados moleculares confirmam a aplicabilidade do gene nuclear 28S como marcador molecular para identificação de espécies.