ASPECTOS DA BIOECOLOGIA DE Macrobrachium amazonicum Heller, 1862 (DECAPODA: PALAEMONIDAE) ORIUNDOS DA FOZ E BAIXO RIO AMAZONAS, AMAZÔNIA, BRASIL
Camarão-da-amazônia, flutuação populacional, relações interespecíficas
O presente estudo investigou alguns aspectos da bioecologia de Macrobrachium amazonicum em populações oriundos da foz e baixo rio Amazonas, Amazônia, Brasil. O estudo foi realizado entre maio de 2017 e abril de 2018 utilizando dados da composição da dieta natural deste camarão, sua susceptibilidade a diferentes atrativos na captura, bem como da estrutura populacional, biologia reprodutiva e da ocorrência e relação dos ectoparasitas desta espécie. Os dados coletados em Mazagão-AP (00º15'39,9''S e 051º20 '42,3'W), e na Ilha Marrecas-PA, (02º12'19,3''S e 054º46 '17,9'W), estado do Pará. Os resultados obtidos demonstraram que M. amazonicum é uma espécie onívora, com boa atratividade pelo farelo de babaçu em relação a outras iscas. As populações de M. amazonicum avaliadas possuem razão sexual favorável às fêmeas, e o comprimento médio dos camarões na ilha das Marrecas é maior do que no Mazagão. Foi possível verificar também que em ambas as áreas M. amazonicum possui um pico reprodutivo bem definido e relacionado com a estação chuvosa, porém apresentando ocorrência de fêmeas ovígeras e jovens o ano inteiro, indicando reprodução contínua. Além disso, foi possível constatar que a fecundidade desta espécie é maior nas populações da foz do que no baixo Amazonas. Os dados coletados sobre o parasitismo em M. amazoncum, demonstram que a espécie Probopyrus pandalicola possui prevalência similar entre as áreas de estudo e, que a presença do parasita afeta o estado nutricional do camarão. Foi constatado também que esta espécie de parasita é mais abundante e prevalente em fêmeas do que em machos de M. amazoncum.