Banca de DEFESA: KEDSON ALESSANDRI LOBO NEVES

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: KEDSON ALESSANDRI LOBO NEVES
DATA: 10/05/2017
HORA: 08:00
LOCAL: Sala 07 - Miniauditório
TÍTULO: A pecuária na Amazônia e o desafio da sustentabilidade
PALAVRAS-CHAVES: Pecuária, Amazônia, Sustentável, Integração, Biotecnologias, Solo.
PÁGINAS: 230
GRANDE ÁREA: Outra
ÁREA: Ciências Ambientais
RESUMO: A produção pecuária brasileira, atualmente ocupa papel de destaque no cenário mundial. O Brasil é o maior exportador mundial de carnes e possui o maior rebanho comercial do mundo (FAO, 2014). A pecuária na Amazônia na última década tem contribuído fortemente com o cenário expansionista da produção animal no Brasil. Segundo Neves et al. (2014) o rebanho de bovinos da Amazônia Legal representa 36,95 % do efetivo nacional. No entanto, a expressividade da pecuária no bioma amazônico tem recebido fortes críticas pelo seu papel no desmatamento (ALENCAR et al., 2004; MORTON et al., 2006). Por outro lado, a partir das evidências do prejuízo ambiental do desmatamento no bioma Amazônico, intensificaram-se as discussões sobre a especificidades dos ecossistemas na Amazônia, enfatizando-se que esta região não é um espaço homogêneo (XIMENES, 1997; MARGULIS, 2003), e que há diferentes formas de desenvolvimento da pecuária nesta região, com diferenças entre os estratos produtivos e a crescente utilização de tecnologias, já apontada no início dos anos 2000 (MARGULIS, 2003; ARIMA et al., 2005) e posteriormente confirmadas nos estudos de Macedo et al. 2012, Lapola et al. 2014, Neves et al. 2014 e Nepstad et al. 2014.Para evidenciar as mudanças locais na atividade pecuária foi realizado 3 (três) estudos com foco nos munícipios de Monte Alegre e Santarém, no Baixo-Amazonas paraense e nos municípios de Mojuí dos Campos e Belterra pela sua proximidade e influência de Santarém e por deste terem sido desmembrados. O primeiro estudo está centrada em análise espacial da forma de uso e cobertura do solo com base em dois períodos, os anos de 2001 e 2014 e nas mudanças de uso e cobertura do solo neste interregno, aliado a análise do desmatamento no período, do efetivo bovino e do produto interno bruto, todos em uma série histórica com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a correlação entre os dados econômicos e desmatamento. O segundo estudo investiga a forma como é praticada a atividade pecuária na região do Baixo-Amazonas paraense considerando 3 (três) estratos de criadores: o pequeno, o médio e o grande. O terceiro estudo busca verificar o comportamento dos atributos de fertilidade e microbiológicos do solo em 5 (cinco) tipos diferentes de uso do solo. No município de Santarém, a principal classe de cobertura do solo em 2014 é a floresta, com 835.723,38 ha, apresentando pouca variação entre os anos de 2001 e 2014 e respondendo por 46,51% da área total do município. A atividade agropecuária (pecuária e agricultura) ocupa uma área de 61.783,17ha (3,44%) no município de Santarém e apresentou significativo aumento percentual entre 2001 e 2014, porém com números absolutos baixos. A pecuária passou de 21.897,29 ha em 2001 para 39.429,20 ha em 2014, com aumento percentual de 80,06% e a agricultura 16.717,95 ha em 2001 para 22.353,97 ha em 2014 com aumento percentual de 33,71%. Ao analisar a conversão do solo em Santarém e na sua área metropolitana, foi constatado, neste estudo o total de 139.193,96 ha convertidos. Desse total 46.810,34 ha em Santarém, 68.929,87 ha em Mojuí dos Campos e 23.453,75 ha em Belterra. O desmatamento no município de Santarém no período estudado foi de 889,5 km2, em Belterra foi de 139,7 Km2 e em Monte Alegre foi de 305,2 Km2. Em Santarém as maiores taxas de desmatamento ocorreram nos anos de 2001 e 2002, em Belterra ocorreram nos anos de 2001 e 2004 e em Monte Alegre ocorreram nos de 2005 e 2014. Ao associar os valores de desmatamento dos 3 (três) municípios e confrontar com a somatória do rebanho dos mesmos o valor de r foi de 0,1431, o valor de r2 foi de 0,0205, com p = 0,3661, confirmando nossa hipótese que a variável desmatamento no período estudado não exerceu influência sobre o efetivo do rebanho que continuou aumentando, apesar da queda das taxas de desflorestamento verificadas, demonstrando que nos municípios pesquisados houve uma ruptura do padrão desmatamento X pecuária. A análise do PIB municipal dos 3 (três) municípios do Baixo Amazonas, reflete a necessidade de diversificação da matriz econômica, onde excetuando-se o município de Santarém, com um PIB onde o setor de serviços coloca o município como polo regional, os demais municípios ficam dependentes em sua maioria do PIB gerado pelo setor agropecuário. No presente estudo, houve uma tendência de moderada à fortemente negativa nas correlações entre a taxa de desmatamento e o PIB, em particular, em dois municípios (Belterra e Santarém), e nenhuma correlação no município de Monte Alegre. Dos criadores entrevistados no município de Santarém, 51,55% possuem propriedades na Terra firme e 48,45% na região de várzea e do município de Monte Alegre 83,93 % das propriedades estão localizadas na Terra firme e 16,07 % na região de várzea. Quanto a utilização de biotecnologias, verificou-se que 12,18% dos produtores de Santarém e 10,71% de Monte Alegre utilizaram biotecnologias na reprodução de seu rebanho. A taxa de natalidade variou de acordo com o porte de criação nos 3 (três) estratos pesquisados. No município de Santarém, a média de natalidade foi de 56,92%, sendo de 51,55% nos pequenos, 58,23% nos médios e 60,99% nos grandes criadores. Em Monte Alegre a média foi de 46,88%, sendo de 27,77% nos pequenos, 51,30% nos médios e 60,97% nos grandes. Neste quesito, houve uma diferença percentual relevante entre os pequenos criadores de Santarém e Monte Alegre e similaridade nos demais estratos nos dois municípios. Em Monte Alegre, foi constatado que dos 50 (cinquenta) pecuaristas, 18 (dezoito) utilizam algum tipo de intensificação na pecuária, obtendo um índice de tecnologia de 36% no município.Em Santarém, do total de 47 (quarenta e sete) entrevistados, 19 (dezenove) produtores utilizam algum grau de intensificação pecuária, perfazendo um índice de uso de tecnologia de 40,42% na pecuária.
MEMBROS DA BANCA:
Externo ao Programa - 1967452 - ADRIANA CAROPREZO MORINI
Externo ao Programa - 2160202 - ALANNA DO SOCORRO LIMA DA SILVA
Externo ao Programa - 1550049 - ANDREA KRYSTINA VINENTE GUIMARAES
Interno - 1843993 - ANTONIO HUMBERTO HAMAD MINERVINO
Externo à Instituição - LUCIETTA GUERREIRO MARTORANO - UEPA
Interno - 1776710 - TROY PATRICK BELDINI
Presidente - 021.476.022-72 - WILLIAM GOMES VALE (WILLIAM VALE) - APU
Notícia cadastrada em: 18/04/2017 16:09
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