Eco-epidemiologia molecular de patógenos transmitidos por carrapatos em animais silvestres e ectoparasitas na comunidade de Rio Pardo, Amazônia Central
Pequenos mamíferos, distribuição, ecossistemas, carrapatos, patógenos.
A Amazônia é a maior, mais diversificada e abundante em espécie e habitats das florestas tropicais do mundo. Na Amazônia brasileira, a cultura agrícola capitalista é praticada em grande escala, causando mudanças no ambiente natural, incluindo biodiversidade e ecossistema. Os assentamentos de reforma agrária têm um papel de destaque em relação ao desmatamento. Dentre eles, existe o Assentamento de Reforma Agrária Rio Pardo (ARP), localizado no município de Presidente Figueiredo, Estado do Amazonas (AM). O Assentamento pode ser considerado um modelo conveniente para estudos de conservação de biodiversidade por apresentar um mosaico de habitats. Pequenos mamíferos não voadores tais como roedores e marsupiais, podem ser considerados um bom grupo para ajudar a responder questões, pois desenvolvem um importante papel ecológicos em ambientes florestais. Sabe-se que as populações de animais silvestres estão cada vez mais em contato com homem, contudo pouco se sabe sobre a epidemiologia das doenças de espécies que acometem os animais silvestres, em especial os que possuem carrapatos como vetores. Nesse contexto, objetiva-se conhecer informações sobre quais espécies de pequenos mamíferos podem ser encontradas numa determinada área, como elas estão distribuídas, se são raras ou abundantes e quais fatores podem estar relacionados com esta distribuição e como pode auxiliar na identificação de estratégias de conservação da biodiversidade local, principalmente em ambientes alterados. Além de conhecer a prevalência de doenças parasitárias e infecciosas para melhor compreender a eco epidemiologia de patógenos transmitidos por carrapatos em animais silvestres e ectoparasitas em diferentes ecossistemas e estações climáticas na comunidade de Rio Pardo. As coletas se deram de agosto de 2016 a setembro de 2017 do qual contemplaram dois períodos (chuva e seca). Foram coletados carrapatos e fragmentos de tecidos de animais silvestres de cada unidade amostral (peridomiciliar, floresta contínua, floresta com rio, plantio e capoeira) por transector com armadilhas tipo Tomahawk® e Sherman®, calculando posteriormente o esforço amostral, riqueza e abundância relativa de espécies. Para detecção de agentes transmitidos por carrapatos (Rickettsia, Ehrlichia, Anaplasma, Babesia e Hepatozzon) em animais silvestres e ectoparasitas, as amostras serão submetidas à extração de DNA, PCR e sequenciamento dos produtos amplificados. Esses resultados irão surgeri a diversidade genética por carrapatos em mamíferos silvestres não voadores e seus ectoparasitas no assentamento Rio Pardo, além da correlação da prevalência de infestação por carrapatos e patógenos com nível de antropização, variação sazonal e espécie do hospedeiro.