ORGANIZAÇÃO SOCIAL NA RESERVA EXTRATIVISTA TAPAJÓS-ARAPIUNS: SISTEMAS SOCIAIS EM MUDANÇA
1. Estruturas; 2. Estruturação; 3. Mudanças sociais. 4. Sistemas sociais; 5. Unidades de Conservação.
Pelo presente texto de tese tratou-se de processos de mudanças nos modos de organização social de grupos sociais residentes na Reserva Extrativista Tapajós-Arapiuns, estado do Pará. Foco a análise segundo o ponto de vista dos agentes da ação, considerando os desdobramentos da interseção de processos relacionados à vida familiar, individual, comunitária e associativa, com aqueles mobilizados por agentes vinculados a burocracias estatais, aparatos jurídicos, enfim, ambientes institucionais de espectro abrangentes. A elaboração metodológica da pesquisa envolveu aspectos teóricos e empíricos em conformidade à construção qualitativa de dados (observação participante, entrevistas, pesquisa bibliográfica), em consonância com referência teórica do arcabouço analítico da teoria da estruturação. Tal abordagem permitiu-me compreender o campo de construção de redefinido modo de vida dos moradores da Reserva, portanto, institucionalidade reorientada no contexto de mudanças sociais decorrentes da intervenção do Estado, apreendida a partir do privilegiamento compreensivo da estrutura e a ação, o sujeito e o objeto –, fundamentais à análise das interações humanas. Por esse campo de interação, estão envolvidas relações de poder, referenciais à definição e redefinição de sanções, regras e recursos que se sobrepõem a instituições informais que organizam a vida cotidiana dos agentes locais. Como resultado, demonstro que ocorreram mudanças em propriedades estruturais fundamentais dos modos de organização social dos moradores da Resex, relativas à produção para autoconsumo, ao trabalho em mutirão (puxirum), aos padrões de uso da terra e às formas associativas de representação. Contudo, nem todas as mudanças nessas propriedades estruturais tiveram como fator de mudança as institucionalidades projetadas pela institucionalização da Reserva. Estão associados a elas outros fatores, como: a maior presença do Estado institucionalizando programas de assistência social, promoção da educação e saúde, os quais geram postos de trabalho assalariado nas comunidades, alteração nas dinâmicas econômicas de produtos extrativos e agrícolas