Banca de DEFESA: FABIO EDIR AMARAL ALBUQUERQUE

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : FABIO EDIR AMARAL ALBUQUERQUE
DATA : 31/03/2020
HORA: 09:00
LOCAL: Auditório do NTB
TÍTULO:

ESTUDO SOBRE A ACUMULAÇÃO DE MERCÚRIO E OUTROS ELEMENTOS TÓXICOS ASSOCIADOS A EXPLORAÇÃO MINERAL EM ECOSSISTEMAS AQUÁTICOS NA REGIÃO OESTE DO ESTADO DO PARÁ (BRASIL)


PALAVRAS-CHAVES:

Metal pesado; Poluição; Crustáceos e peixes; Oeste do Pará; Mineração.


PÁGINAS: 146
RESUMO:

Nos últimos vinte anos, a região do baixo amazonas passou por um grande crescimento econômico, aspecto que se deve a criação de uma nova fronteira agrícola do país, vindo a se tornar a segunda maior região produtora de grãos da Amazônia Brasileira. Diante dos recentes avanços e projetos de exploração mineral implantados na região, o objetivo desta tese foi avaliar as concentrações de metais tóxicos (As, Cd, Hg e Pb) e essenciais (Co, Cr, Cu, Fe, Mn, Mo, Ni, Se e Zn) em organismos aquáticos oriundos de diferentes municípios da região Oeste do Pará e compará-las com os limites máximos permitidos pela legislação. No capítulo 1, foi realizado uma revisão da literatura existente sobre os níveis de metais pesados encontrados nas principais espécies pesqueiras consumidas na região e identificação dos locais de captura. Os resultados obtidos sugerem que existe disponível uma grande quantidade de estudos sobre a concentração de mercúrio em peixes na região, com resultados que variam em função de aspectos biológicos e alimentares e da localização de seu habitat. Os resultados revelam, que a contaminação por Hg é evidenciada principalmente nos peixes carnívoros. Isso é preocupante, pois esses peixes estão entre as espécies mais consumidas na região, acumulam metais através dos processos de bioacumulação e biomagnificação. Os resultados do estudo do capítulo 2, o nível de acúmulo de metais tóxicos e essenciais em camarões foi semelhante ao descrito em outras regiões afetadas por atividades antropogênicas no Brasil, e não representa um risco significativo para o consumo humano. A acumulação de metais entre os rios Amazonas e Tapajós parece estar relacionada às minas de bauxita e ouro nas duas regiões, respectivamente. Já no estudo do capítulo 3, que incluíram amostras de tecido muscular de espécies de peixes (Acari, Piranha, Pirarucu, Caparari e Tucunaré) coletadas durante as estações de seca e cheia entre os anos de 2015 e 2016. Os resultados mostraram que o acúmulo de elementos tóxicos variaram de 2-238 µg/kg de peso fresco para As, 1-77 µg/kg para Cd, 4-1922 µg/kg para Hg e 1-30 µg/kg para Pb, excedendo apenas (16% dos espécies carnívoras) as concentrações máximas de mercúrio nos peixes para consumo humano estabelecidas na legislação brasileira (0,5 mg/kg). Foram encontradas associações entre o mercúrio e os elementos essenciais, ferro, cobalto e manganês, uma vez que esses elementos podem ter um papel na ciclagem e metilação do mercúrio e merecem uma avaliação mais aprofundada para reduzir a toxicidade do mercúrio em ambientes aquáticos. Já os resultados encontrados no estudo do capítulo 4, o qual teve como objetivo avaliar a viabilidade do uso de diferentes espécies de peixes (Acari e Tucunaré) e tecidos (fígado e músculo) para monitorar o acúmulo de elementos tóxicos e essenciais no ecossistema aquático. Os resultados demonstraram claramente a possibilidade de utilização dessas espécies de peixes para estudos sobre biomonitoramento de concentrações de elementos tóxicos e essenciais no ambiente aquático. Enquanto o fígado de Tucunaré é o melhor tecido para o biomonitoramento de elementos que se acumulam na cadeia alimentar (como mercúrio), o fígado de Acarí reflete melhor os elementos comumente acumulados em sedimentos (como o arsênio). Além disso, os perfis de metais essenciais estudados usando técnicas quimiométricas multivariadas mostraram uma clara diferença entre peixes capturados  em águas da Cordilheira dos Andes (curso principal da Bacia Amazônica) com altas concentrações de sedimentos, em relação aos peixes capturados nas águas da Guiana e dos escudos brasileiros (Porto Trombetas e Itaituba nos rios Trombetas e Tapajós, respectivamente). Nossos resultados também indicam que a deposição de elementos em peixes nesta área (rios Trombetas e Tapajós) parece estar relacionada principalmente à origem geológica dos solos; grandes quantidades de elementos tóxicos podem ser mobilizados para o ecossistema aquático devido a atividades humanas (incluindo agricultura intensiva, extração mineral, desmatamento e/ou hidrelétricas), que representam um sério perigo para o meio ambiente e a saúde das comunidades ribeirinhas.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1843993 - ANTONIO HUMBERTO HAMAD MINERVINO
Interno - 2143267 - JOSE MAX BARBOSA DE OLIVEIRA JUNIOR
Interno - 1693122 - SERGIO DE MELO
Externo ao Programa - 2383549 - GUSTAVO DA SILVA CLAUDIANO
Externa à Instituição - MARTA INÉS MIRANDA CASTAÑÓN
Externo à Instituição - VICTOR PEREIRA LESTAYO
Notícia cadastrada em: 30/03/2020 12:30
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