A GRAMÁTICA PEDAGÓGICA DO PORTUGUÊS BRASILEIRO (BAGNO, 2012) E O ENSINO DE GRAMÁTICA
Ensino de Gramática. Língua portuguesa. Prática pedagógica.
O ensino de LP (língua portuguesa) e, como consequência deste, o ensino de gramática precisa de atualizações. Com o advento da ciência linguística no Brasil, inúmeros pesquisadores se dedicaram ao estudo dos fatos/fenômenos de usos autênticos da língua. Contudo, os resultados das pesquisas linguísticas não conseguiram (não conseguem) adentrar o ambiente da educação básica como deveriam, e, portanto, há barreiras que precisam ser ultrapassadas. Este trabalho, de caráter conceitual analítico, tem como meta investigar a concepção de ensino de gramática na GPPB (Gramática Pedagógica do Português Brasileiro, Bagno, 2012). A pesquisa elegeu como questões norteadoras quatro perguntas: o que é gramática? que é ensinar gramática? para que ensinar gramática? como se poderia ensinar gramática?, que mantém conexões entre si, porque o ensino de gramática (o que é/para que/como) depende de uma clara e sólida definição do termo “gramática”. As respostas encontradas podem possibilitar a articulação entre a gramática produzida por um linguista brasileiro contemporâneo e o ensino de LP, contribuindo com a incorporação de resultados da pesquisa linguística à prática pedagógica dos profissionais que atuam como professores de português, seja enquanto língua materna ou língua estrangeira. Com a pesquisa foi possível perceber a polissemia do termo “gramática” e a provisoriedade da “gramática de uma língua”, por estar em ininterrupto processo de produção, e também por manter regularidades que permitem apreendê-la e analisá-la. O ensino de gramática não pode querer repassar aos alunos aquilo que não existe (ou deixou de existir) na língua, mas deve ser honesto ao ponto de tornar possível o contato com uma diversificada variedade de textos orais e escritos de sua língua. Ensina-se gramática (ou língua) para que o aprendiz tenha condições de se manifestar eficientemente em todos os contextos sociais, utilizando todos os recursos possíveis que a língua oferece à interação. Como se vai ensinar é uma questão delicada e o que se encontra ainda é pouco. Neste trabalho encontra-se muito mais “o que ensinar” do que “como ensinar”, mas alguma sugestão aparece. Ressalta-se que não é interesse da presente pesquisa propor metodologias, mas fazer uma reflexão sobre as propostas de ensino de gramática encontradas na GPPB.