Banca de DEFESA: RIVANILDO MONTEIRO COUTINHO

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : RIVANILDO MONTEIRO COUTINHO
DATA : 29/03/2019
HORA: 09:00
LOCAL: Miniauditório Edil Salomão
TÍTULO:

O DOCENTE MASCULINO DE EDUCAÇÃO INFANTIL NA AMAZÔNIA: COMO SE PERCEBE E É PERCEBIDO NO ESPAÇO ESCOLAR DE ORIXIMINÁ/PA.


PALAVRAS-CHAVES:

Educação Infantil. Docência masculina. Amazônia.


PÁGINAS: 192
RESUMO:

A presente dissertação objetiva analisar como o docente masculino de Educação Infantil
se percebe e é percebido no espaço escolar no contexto da Amazônia paraense. Como
objetivos específicos pretende-se traçar o perfil destes docentes com base nas suas
trajetórias profissionais; identificar as condições objetivas de permanência como
docentes de crianças pequenas; compreender seu processo de imersão nos contextos de
trabalho a partir de si mesmo e da comunidade escolar e, verificar a existência de uma
prática pedagógica particularizada em função do ser docente masculino, bem como seus
possíveis desdobramentos nessa realidade. O referencial teórico baseia-se em Vigotski e
estudiosos que abordam os temas em questão, tais como Sayão (2005), Sousa (2011) e
Moreno (2017). A pesquisa é de abordagem qualitativa, do tipo estudo de casos
múltiplos, tendo como sujeitos principais os três docentes que estão atuando na pré-
escola com crianças de 04 anos em instituições públicas da zona urbana do município de
Oriximiná/PA. A construção de dados deu-se pela técnica da entrevista semiestruturada,
gravada em áudio, aplicada com os docentes investigados e com representantes dos
demais segmentos da comunidade escolar. As entrevistas com as crianças foram
diferenciadas e realizadas coletivamente. Para a análise dos dados foi utilizada a técnica
de análise de conteúdo baseada nos estudos de Bardin. Em relação a auto percepção dos
docentes masculinos pesquisados, os resultados evidenciam que todos eles percebem
obstáculos no processo de imersão nas instituições, sendo recebidos nas primeiras
escolas de Educação Infantil com olhares duvidosos, vivenciando situações de
preconceito dentro do contexto escolar. Também enfrentaram desafios, sendo o
principal deles o acompanhamento das crianças ao banheiro, atitude compreendida
como inadequada até mesmo por eles e evitada por todos na escola. Além disso, o
desenvolvimento de atividades que envolvem ações socialmente associadas ao
feminino, como dançar, cantar e pular, também são alvo de questionamentos. Fatores
como seriedade, respeito e “domínio de classe” foram apontados pelos professores
como características próprias de um docente masculino para atuar em turmas de
Educação Infantil, induzindo a uma visão conservadora de que o homem é mais
impositivo, severo e dominador. No que se refere à percepção da comunidade escolar, a
maioria dos sujeitos adultos entrevistados vê como natural a presença masculina na
docência na escola da infância. Na categoria das professoras foi onde se percebeu a
maior divergência de opiniões quanto a presença masculina na escola, com destaque
para a afirmação de que as mulheres têm mais habilidades para atuar nas salas de
atividades com crianças pequenas e que os colegas homens não têm aquele “jeitinho”
que estas turmas necessitam para um trabalho de qualidade. Quanto a percepção dos
familiares das crianças, todos afirmaram ver com naturalidade um homem ocupando a
função de docente de seus filhos e filhas e que apesar do receio inicial, em função dos
inúmeros casos de abusos contra menores divulgados pela mídia, após acompanharem o
trabalho destes profissionais foram se tranquilizando. Entre as crianças, ficou evidente
que o mais importante não é o sexo do professor, mas sua capacidade de interagir e
desenvolver atividades que tornem as experiências de aprendizagem significativas. Foi
nessa categoria onde se percebeu a maior aceitação dos docentes masculinos, o que leva
a crer que as crianças ainda não estão carregadas com as marcas históricas construídas
socialmente de que homens não devem ser professores na Educação Infantil. A partir
dos resultados apresentados, acredita-se que a temática discutida neste estudo deve ser
trabalhada transversalmente nos cursos de formação inicial e continuada, especialmente
na licenciatura em pedagogia, uma vez que a discussão desses elementos influi
diretamente no exercício profissional dos/as professores/as.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1965707 - SINARA ALMEIDA DA COSTA
Interno - 1030394 - TANIA SUELY AZEVEDO BRASILEIRO
Interno - 1797078 - ELENY BRANDAO CAVALCANTE
Interno - 1552900 - IANI DIAS LAUER LEITE
Externo à Instituição - SILVIA HELENA VIEIRA CRUZ - UFC
Notícia cadastrada em: 22/03/2019 09:26
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