Banca de DEFESA: PAULIANA VINHOTE DOS SANTOS

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : PAULIANA VINHOTE DOS SANTOS
DATA : 25/09/2019
HORA: 09:00
LOCAL: Sala 309 do campus amazônia
TÍTULO:

“VEM CÁ QUE A SUCURI TÁ ME LEVANDO”

Mediação entre humanos e não-humanos e a construção de territórios das águas na Comunidade de Pixuna do Tapará (Santarém-Brasil)


PALAVRAS-CHAVES:

 

Pesca. Território. Mundo visível e mundo invisível. Visagem.


PÁGINAS: 180
RESUMO:

Essa dissertação tem como objetivo identificar como os acordos de pescas são construídos e organizados tendo em vista a organização do território, e entender se as questões simbólicas da pesca influenciam de alguma forma nesse processo de construção dos acordos de pesca na comunidade de Pixuna do Tapará, Santarém/Brasil. Para isso, foi necessário compreender como essa comunidade está organizada socialmente e como são feitas as tomadas de decisões na construção dos acordos de pesca. Mapear a ocupação do território por diferentes atores sociais que disputam o uso dos recursos pesqueiros, e os diversos conflitos advindos do acesso e do uso dos lagos e locais de pesca nessas comunidades. Entender como são construídos os territórios entre os humanos e os não-humanos e como isso influencia as relações comunitárias. A metodologia empreendida deu-se através da pesquisa etnográfica, com técnicas de coletas de dados, como a história oral, observação participante, diário de campo, registros fotográficos e entrevistas semiestruturadas. Estes são discutidos nas reuniões comunitárias, nas assembleias da Z-20. A infração é uma sanção aplicada por quem infringe o acordo de pesca, esta pode ser o que está previsto no regimento interno da comunidade ou pode ser as sanções aplicadas pelos encantados, no mundo do invisível, porém perceptível. Durante a pesquisa de campo, percebi na fala dos interlocutores como o paradoxo se articula: ao mesmo tempo que eles afirmam não acreditar nos encantados, conhecem alguém próximo que viu ou sofreu punições – malinesas – destas divindades. Outra peculiaridade é que estes mesmos interlocutores que afirmam não acreditar, pois têm medo das divindades. Na comunidade de Pixuna, os relatos são que as botas seduzem e perseguem os homens, a bota se personifica na figura de uma linda mulher, branca, loira dos olhos claros e muito bonita. Não há amor envolvido, só uma conjunção carnal e um temor dos homens. Aí entra a figura do pajé ou curador somente essas duas figuras podem fazer o trabalho de pajelança para afastar a bota e impedir que o homem morra ou seja levado para o fundo, no mundo do encante.           Os resultados mostram que a construção desses territórios dá-se através dos acordos de pescas, no entanto, para a implementação deste, faz-se necessário pesar a presença dos não-humanos nos territórios lacustres da várzea e como essa presença reordena e espaço, atribuindo novos sentidos sociais.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 


MEMBROS DA BANCA:
Externa ao Programa - 1964235 - HELIONORA DA SILVA ALVES
Interno - 1983424 - NIRSON MEDEIROS DA SILVA NETO
Presidente - 1963407 - RUBENS ELIAS DA SILVA
Externo ao Programa - 1776327 - THIAGO ALMEIDA VIEIRA
Notícia cadastrada em: 24/09/2019 17:52
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