GESTÃO E ORDENAMENTO: A EXECUÇÃO DOS INVESTIMENTOS DO PAC NOS RIOS MADEIRA E TAPAJÓS
Infraestrutura. Hidrovia. Políticas públicas. PAC
Os grandes empreendimentos na Amazônia que comumente originam-se a partir de planos desenvolvimentistas criados por agentes públicos, frequentemente são pontos centrais de grandes discussões, por despertar interesse em vários segmentos da sociedade. Observando os eventos passados e até a execução de grandes projetos atuais, percebe que os projetos mais relevantes para a região, beneficiam mais os detentores de capital do que a própria população local. Esta pesquisa tem como objetivo analisar os investimentos em obras de infraestrutura hidroviária do PAC, abordando a projeção territorial na Amazônia, comparando este programa à anteriores e tendo como ponto de análise a trajetória do ordenamento territorial das políticas públicas em torno do rio Madeira e descrevendo as propostas de investimento para utilização da navegabilidade comercial do rio Tapajós. Abordando as condições da população local que enfrentaram mudanças no seu ambiente para o atendimento do escoamento da produção por hidrovias na Amazônia bem como os impactos econômicos advindos das obras em hidrovias. Utilizando a técnica de análise de conteúdo, com características qualitativa e quantitativa, com a finalidade de descrever as políticas proposta pelo PAC e demonstrar as relações do amazônida com o rio e como a introdução de novas táticas no ambiente afetam o território e por fim demonstrou uma análise de correlação linear simples dos investimentos executados do PAC em hidrovias com as toneladas de produtos escoados pelas vias navegáveis da Amazônia, de forma descritiva e comparativa dos dados secundários extraídos principalmente de documentos públicos do governo federal. Dentre os principais resultados encontrados tem-se que 62 municípios na Amazônia Legal seriam afetados pelas obras de construção de terminais hidroviários ou pela ampliação da navegabilidade dos corredores do rio Amazonas, Madeira, Tocantins e Tapajós. Percebendo, ainda, uma moderada relação dos investimentos do PAC em hidrovias com o escoamento da produção nas vias de navegação por interior.