ECOUNIVERSIDADE NA FLORESTA PAN-AMAZÔNICA:
ECOCULTURALIDADE E TESSITURA HUMANO-ECOLÓGICA NA TRÍPLICE FRONTEIRA BRASIL, PERU E COLÔMBIA
Ecouniversidade. Educação Superior. Ecoculturalidade. Educação Ecocultural. Pan-amazônia.
O estudo de caso sobre Ecouniversidade numa floresta pan-amazônica tem como lócus de pesquisa o Instituto de Natureza e Cultura (INC) da Universidade Federal do Amazonas (UFAM), localizado na microrregião do Alto Solimões e fronteira tríplice entre Brasil, Peru e Colômbia, região de população com expressiva diversidade étnica e social. A pesquisa quanti-qualitativa, em andamento, parte da inquietação: qual desenho teórico e representativo se delineia uma Ecouniversidade, com base em teorias e epistemologias subsidiadas em elementos culturais, sociais e ambientais, junto aos egressos indígenas de graduação em interação com os não indígenas do INC-UFAM, na fronteira pan-amazônica Brasil, Peru e Colômbia? A caracterização do objeto em estudo, em sua complexidade, evoca um método de pesquisa coerente com suas peculiaridades e incita a Tessitura Humano-ecológica. Em meio aos diálogos teórico-epistemológicos das teorias crítica, decolonial e da meta-epistemologia contextual com objeto investigado e contexto amazônico, emana a epistemologia da ecoculturalidade e a teoria da educação ecocultural. Nos estudos documentais e políticos-legais vem se levantando indicadores gestionários e curriculares da educação superior com princípios ecoculturais. Quanto aos sujeitos, far-se-á uma análise de caracterização do perfil identitário, sociohistórico, acadêmico e profissional dos egressos (2010-2021). A prosseguir se caminhará pelo levantamento e análise das percepções e impressões de Universidade e representações de ecouniversidade por meio dos questionários survey, círculos de conversa e instrumento gerador de mapa afetivo de universidade junto aos egressos, com acentuados olhares aos indígenas. Walsh (1997), Vargas (2022), Acosta (2015), Sobrinho (2015) e outros fundamentam o estudo teórico, em destaque Freire (1979), por nos inspirar a pensar no ser humano como sujeito historicamente construído, com diferentes culturas, modo de ser e viver no mundo, oprimido, mas capaz de transformar a si e a sociedade. Neste sentido, este fazer científico na educação superior, valoriza não somente o “como” construir, mas, também, “quem constrói” e “onde constrói”, e considera a ecoculturalidade como epistemologia inerente aos povos pan-amazônicos e basilar à construção de uma Ecouniversidade.