Banca de QUALIFICAÇÃO: MARCELLA GOMES ESTEVES

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : MARCELLA GOMES ESTEVES
DATA : 16/12/2022
HORA: 14:00
LOCAL: Remoto
TÍTULO:

A QUESTÃO DA LINGUAGEM NA EDUCAÇÃO - problemas e implicações conceituais e metodológicos


PALAVRAS-CHAVES:

linguagem; concepções de linguagem; educação; BNCC


PÁGINAS: 76
RESUMO:

Diversos e diversificados são os sentidos atribuídos ao termo linguagem. Aproximando de comunicação, atribui-se à fala essa função; percebido como expressão, implica que sons, imagens e gestos seriam meio sistemático de comunicar ideias ou sentimentos; como transmissão de informação, alude ao processo instintivo dos animais (linguagem dos golfinhos); como conjunto de regras, indica características culturais de determinado estado (linguagem das cores); como comando, entende que instruções resultam em procedimentos (linguagem de computador). Os sentidos atribuídos à linguagem têm sua razão de ser e estão relacionados por aproximação ao significado de linguagem, por metonímia (significados seguem por contiguidade) ou metáfora (os significados sofrem ruptura). Entretanto, existem definições que não consideram o processo do pensar, chegando ao limite de desconsiderar o aspecto humano de sua essência conceitual. Essa pesquisa tem o objetivo de compreender de que maneira a inflação conceitual de linguagem, que conforma a reflexão e a prática pedagógica contemporânea, se manifesta na Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e qual a consequência disso para o ensino. De caráter documental e bibliográfico, a pesquisa tem se desenvolvido por duas ações: estudo teórico conceitual (por estudo de clássicos e estudo da questão) e análise do objeto empírico (sistematização e análise dos termos). Conforme Marcondes (2009), a discussão filosófica sobre a linguagem remonta, pelo menos, a Platão, que questionou a contribuição das palavras para o conhecimento, considerando o signo convenção. Observa o autor que Aristóteles, rebatendo a característica convencional da palavra, apresentou as afecções da alma enquanto aquilo que se entende pelos sujeitos independente dos signos atribuídos e que outros pensadores denominaram de ideia, conceito, símbolo (como Locke e a escola de Port-Royal). Enfatiza que alguns pensadores, como Noam Chomsky e Steve Pinker, atribuem à linguagem a condição de característica inata do ser humano (parte da natureza humana), diferentemente dos que acreditam que a linguagem se caracteriza por estrutura lógica, com regras específicas (como Richard Rorty e Saussurre), ou os que a consideram indissociável da cultura (como Humboldt, Benjamim Lee Whorf e Edward Sapir) e os que a valorizam enquanto experiência humana (como Wittgenstein e Austin). E cada compreensão de linguagem apresentada por esses pensadores clássicos influencia as mais variadas áreas da ciência. Na análise de parte do objeto empírico (a Etapa da Educação Infantil), constatou-se que não há convergência de sentidos para o termo linguagem, tampouco critério para o uso dos termos, muitas citações podem ou foram facilmente substituídas por outros termos. Linguagem, no documento da BNCC, é compreendida enquanto instrumento, objeto e veículo sem que se explique o motivo dessas atribuições ou ainda que se considerem as distintas naturezas que levam a essas compreensões.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1776813 - LUIZ PERCIVAL LEME BRITTO
Interna - 1965707 - SINARA ALMEIDA DA COSTA
Externo ao Programa - 1292601 - ZAIR HENRIQUE SANTOS - UFOPAExterna à Instituição - MÁRCIA CRISTINA GRECO OHUSCHI - UFPA
Externo à Instituição - JOSÉ VICENTE DE SOUZA AGUIAR - UFAM
Notícia cadastrada em: 17/11/2022 10:06
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