PROSPECÇÕES PARA O MANEJO MADEIREIRO DE Carapa guianensis Aublet NA FLORESTA NACIONAL DO TAPAJÓS
Incremento; Dendrocronologia; Estrutura Populacional
Os objetivos deste estudo foram definir DMC (diâmetro mínimo de corte) e CC (ciclo de corte) para a espécie Carapa guianensis e caracterizar seus parâmetros ecológicos na Floresta Nacional do Tapajós, com o intuito de prospectar ações de manejo madeireiro para a referida espécie. Para responder ao primeiro objetivo, foram selecionadas aleatoriamente 30 árvores, localizadas nas UPAs 4 e 10 na Floresta Nacional do Tapajós. Com o uso de uma sonda, foram coletadas, a uma altura de 1,3 m do solo, de 2 a 3 amostras radiais por árvore, totalizando 85 baguetas. Para a modelagem do crescimento, foi aplicado o método GOL (Growth-Oriented Logging), com a construção de curvas de diâmetro, área basal, altura e volume em função da idade. O valor do incremento corrente anual (ICA) e do incremento médio anual (IMA) do lenho do fuste das árvores foi obtido a partir do crescimento cumulativo nos diferentes anos. O DMC correspondeu à idade em que a árvore atingiu o maior incremento corrente em volume. O ciclo de corte foi determinado pela estimativa do tempo médio de passagem pelas classes diamétricas de 10 cm, até atingir o DMC específico calculado. A espécie Carapa guianensis apresenta anéis de crescimento anuais distintos, cuja análise permitiu modelar padrões de crescimento em diâmetro, altura, volume e área basal, permitindo com que critérios específicos de manejo fossem estabelecidos. Para que se tenha um manejo sustentável, é necessário que o DMC seja de 50 cm, com ciclo de corte 14 anos. Os dados para responder ao segundo objetivo são provenientes do inventário 100% (pré-exploratório) das UPAs (Unidades de Produção Anual) 4, 9, 10, 11, 12, 13 e 1, com nível de inclusão de DAP (diâmetro à altura do peito) ≥ 20 cm. Foram calculados a estrutura horizontal, distribuição diamétrica, o padrão de distribuição espacial pelo método K de Ripley e a densidade de Kernel total e por classe de diâmetro, levando em consideração as coordenadas geográficas das árvores. O padrão de distribuição espacial foi predominante agregado, sendo essencial para o planejamento e execução das atividades de colheita madeireira e não-madeireira para um possível futuro manejo da espécie. Os mapas da densidade de Kernel mostraram-se ser uma ferramenta eficaz na capacidade de fornecer subsídios para o manejador planejar tanto a exploração madeireira de Carapa guianensis quanto a não-madeireira.