CARACTERIZAÇÃO MICROBIOLÓGICA, FÍSICO-QUÍMICA E CENTESIMAL DE SAMBURÁ DE ABELHAS SEM FERRÃO DA REGIÃO OESTE DO PARÁ, AMAZÔNIA, BRASIL
Scaptotrigona nigrohirta, meliponicultora, microrganismos indicadores, nutraceutico.
A meliponicultura é uma prática agropecuária sustentável que vem ganhando cada vez mais adeptos por promover a sustentabilidade nos âmbitos social, econômico e ambiental. As abelhas sem ferrão produzem outros produtos de alto valor econômico, como a diversidade de meis, samburá (pólen), própolis (Trigonas) e geoprópolis (Meliponas), utilizados tanto na alimentação quanto na medicina popular. A principal fonte de proteínas da dieta das abelhas e das larvas é o samburá, o alimento é armazenado nos potes de cera nas colmeias ou nas colônias para períodos de escassez. O produto é formado pela mistura de enzimas salivares com grãos de pólen coletados pelas abelhas das plantas poliníferas. Sua composição depende da região e ou da estação do ano, localização geográfica, espécie de abelha, solo, clima, água e identidade botânica. Ainda são escassos os estudos sobre o samburá das espécies de abelhas sem ferrão dos meliponários do oeste do Estado do Pará, tanto de sua constituição físico-química quanto a condições microbiológica. A carência de informações e falta de conhecimento, leva muitos meliponicultores no momento do manejo das colmeias descartar o produto. Desta forma, este trabalho propõe realizar a caracterização físico-química, microbiológica e centesimal do samburá da espécie de abelhas sem ferrão (Scaptotrigona nigrohirta) da região Oeste do estado do Pará, visando demonstrar o potencial alimentício deste produto, e, consequentemente ofertar informações sobre as características e qualidade do samburá, vislumbrando o desenvolvimento sustentável da meliponicultura no estado. As amostras de samburá da pesquisa serão coletadas em três meliponários, sendo um localizado na área urbana da cidade de Belterra, o segundo na comunidade de São Domingos (Unidade de Conservação Floresta Nacional do Tapajós) e o terceiro na Aldeia Surisawa (rio Arapiuns), das colmeias das abelhas sem ferrão, da espécie Scaptotrigona nigrohirta. A coleta das amostras de samburá somará um total de 1 kg (Figura 2) de cada meliponário, em dois períodos sazonais. A primeira coleta de samburá ocorreu no mês de março (período chuvoso) e a segunda será realizada no mês de setembro de 2024 (período de estiagem) sendo uma amostra de cada ponto, totalizando seis amostras. As análises físico-quimicas serão umidade, pH, acidez total, cinzas, firas, proteínas e lipídeos, centesimal serão, aminoácidos, carboidratos, vitaminas e minerais e análise para pesquisa de Clostridium, Staphylococcus coagulase positiva, Salmonela spp. e coliformes (totais e termotolerantes), bolores e leveduras. A criação de abelhas sem ferrão vem ganhando grande importância entre os povos amazônicos. Nesse sentido, nota-se a necessidade de introduzir informações que visam beneficiar a prática da meliponicultura na região oeste do estado do Pará. O trabalho visa propor técnicas no manejo e boas práticas de fabricação na produção de pólen de abelhas sem ferrão, além disso, caracterizar as composições físico-químicas e padronizar a qualidade do produto final.