ANÁLISE DO IMPACTO DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E VARIABILIDADE NATURAL DO CLIMA EM PROUTOS DA BIOECONOMIA DA REGIÃO NORTE – AMAZÔNIA- BRASIL
Agrometeorologia, Agricultura, estresse hídrico, produtividade vegetal.
O principal objetivo desta pesquisa é estabelecer relações de causa – efeito entre as mudanças do clima / variabilidade natural do clima na produção de produtos da bioeconomia da região Norte do Brasil, com foco nas culturas do Abacate, Abacaxi, Cacau, Feijão, Goiaba, Mandioca e Urucum, através de dados extraídos do Sistema IBGE de Recuperação Automática de Dados Agregados (SIDRA) quanto a produção (em toneladas), área plantada (em hectares) e área colhida (em hectares) das culturas mencionadas relacionadas aos totais pluviométricos e médias anuais de temperatura do ar máxima da região Norte do país, extraídos da plataforma Climate Engine. Os resultados mostram clara relação dos anos mais quentes e menos chuvosos com anos de ocorrência do fenômeno El Niño, assim como anos mais chuvosos e menos quentes estão diretamente associados com a ocorrência do fenômeno La Niña. O estudo analisou a variabilidade climática (1994-2023) na região Norte do Brasil e seus impactos em diversas culturas agrícolas, correlacionando precipitação, temperatura e produção. Observou-se que fenômenos como El Niño e La Niña influenciam significativamente o regime pluviométrico, impactando culturas como mandioca, feijão, abacate e urucum. Enquanto anos mais chuvosos e com temperaturas moderadas favorecem a produtividade, períodos secos e quentes, como 2023, associam-se a quedas significativas na produção agrícola. A mandioca apresentou maior sensibilidade às condições climáticas, com produtividade reduzida em anos secos. O feijão e o urucum também mostraram dependência da precipitação, enquanto o abacate sofreu decréscimo contínuo na produção, devido ao clima adverso e questões econômicas. Já o cacau e o abacaxi destacaram-se pela resiliência climática, apoiados por inovações tecnológicas e irrigação. A análise conclui que mudanças climáticas, como temperaturas crescentes e padrões pluviométricos irregulares, ameaçam a sustentabilidade agrícola na região, especialmente para culturas sensíveis. Estratégias de manejo e tecnologias adaptativas serão essenciais para mitigar os impactos previstos.