INFLUÊNCIA DO MANEJO DE CRIAÇÃO NA QUALIDADE ESPERMÁTICA
DE TOUROS NELORE
alterações climáticas; estresse térmico; qualidade seminal; temperatura.
Com o aumento da temperatura global devido as alterações climáticas, o estresse térmico vem trazendo preocupações para o futuro da pecuária, visto que essa alteração faz com que o animal não exerça as funções normais do seu organismo. Este estudo visa avaliar a influência dos períodos do ano e de como os três sistemas de criação podem interferir na qualidade seminal de touros da raça Nelore. Foram utilizados 15 touros Nelore, divididos igualmente nos três sistemas o sistema tradicional (ST); o sistema Silvipastoril (SS) e o sistema integrado (SI). Foram realizadas seis coletas seminais por touro, sendo três no período mais chuvoso e três no período menos chuvoso, com intervalo de 30 dias entre cada coleta. Todas as amostras obtidas foram submetidas às avaliações física e morfológica. Na avaliação física, foram analisados motilidade (MOT), vigor (VG), turbilhonamento (TURB) e concentração espermática (CONC). Na avaliação morfológica, foram identificados e quantificados os defeitos espermáticos maiores (DMA) e menores (DME). A temperatura testicular foi mensurada por termografia, utilizando-se o software FLIR Thermal Studio para análise de imagens, as quais permitiram a avaliação precisa da temperatura em três pontos estratégicos de cada testículo: temperatura escrotal superior (TES), temperatura escrotal medial (TEM) e temperatura escrotal inferior (TEI). Os dados foram analisados considerando-se 5% de significância. Houve diferença significativa (p<0,05) entre os sistemas de criação (ST, SS e SI) e entre os períodos (mais chuvoso e menos chuvoso) para as variáveis peso corporal dos animais, e para as características seminais de volume, motilidade e defeitos maiores. Quanto à motilidade espermática, observou-se diferença significativa (p<0,05) apenas entre os períodos do ano no sêmen fresco do sistema (ST), com desempenho superior no período mais chuvoso. Em relação aos defeitos espermáticos (DMA e DME) o sistema (SI), apresentou destaque, registrando menores índices de defeitos espermáticos no período menos chuvoso. Não foram encontradas diferenças significativas nas temperaturas médias entre os testículos direito e esquerdo. Assim, as análises foram conduzidas com base nas diferentes posições escrotais e períodos do ano. No período mais chuvoso, a TEI (34,02 ± 0,85 °C) apresentou temperatura significativamente menor (p < 0,05) em comparação com a TES e a TEM. Já no período menos chuvoso, foi a TES que diferiu estatisticamente (p < 0,05) das demais. Portanto, touros mantidos em ambientes sombreados e com acesso a água tem melhor desempenho espermático, reforçando a importância de estratégias sustentáveis para a pecuária frente às mudanças climáticas.