NARRATIVAS DE VIDA DOCENTE E DISCENTE: A CONSTRUÇÃO DO CURRÍCULO NARRATIVO NA EDUCAÇÃO INFANTIL EM ESCOLAS RIBEIRINHAS
Currículo narrativo. Educação Infantil. Escolas ribeirinhas.
Busca-se compreender como as narrativas de vida docente e discente entrelaçam a construção do currículo narrativo na Educação Infantil, no contexto de escolas em área ribeirinha de Manaus/AM. Estudo fenomenológico, com predominância da análise de dados qualitativos coletados em campo, através de pesquisa documental, observação e entrevistas com professores e crianças da pré-escola. Momentos de escuta das experiências dos professores da educação infantil que atuam em áreas rurais, evidenciaram o desenvolvimento de práticas pedagógicas que reforçam concepções curriculares não defendidas nesta etapa da educação (currículo prescritivo), embora os documentos curriculares vigentes orientem perspectiva que considera o público da educação infantil, o cotidiano e seus saberes como núcleo do planejamento pedagógico. Sendo esta perspectiva propulsora de práticas que impulsionam o desenvolvimento de um currículo fundamentado na Teoria da Aprendizagem Narrativa, questiona-se: como as narrativas de vida docente e discente entrelaçam ou podem entrelaçar a construção do currículo narrativo na Educação Infantil, no contexto a ser pesquisado? O estudo considera que o currículo narrativo se constrói no entrelaçamento das experiências de vida dos professores e crianças. Os resultados do levantamento sobre as produções científicas sobre “educação infantil” revelam que, de maneira geral, o alto quantitativo de pesquisas sobre este tema é um ponto positivo para a educação brasileira. No estado do Amazonas este quantitativo precisa ser ampliado, pois ainda é pequena a produção em relação a outros estados. A produção de pesquisas stricto sensu sobre o “currículo narrativo” e “escolas ribeirinhas” nas instituições de ensino superior brasileiras, também é pequena, existindo a possibilidade de encontramos professores da educação infantil com limitações nos conhecimentos sobre o tema. Vemos diante desse cenário, o desafio das universidades públicas em cumprir com parte de suas responsabilidades, como a produção do conhecimento científico e de promover a formação dos profissionais que atuam na educação básica. As pesquisas que foram desenvolvidas em escolas ribeirinhas, fundamentam-se em teóricos que discutem a construção do currículo e do conhecimento científico e, de maneira geral, mostram que os saberes oriundos da vida cotidiana são elementos facilitadores do ensino e aprendizagem em sala de aula. Existem contextos que valorizam estes saberes, porém, há outros em que há cisões nas práticas pedagógicas ao reforçarem um currículo engessado. Professoras, professores e crianças são agentes que constroem suas próprias histórias, evidenciando conhecimentos e aprendizagens, nas ações de escuta e de fala em torno do direito de dizer-se. As narrativas de vida que aqui serão utilizadas como metodologias de pesquisa, podem contribuir para afirmar científica e politicamente tal assertiva.