Banca de DEFESA: CLENYA RUTH ALVES VASCONCELOS

Uma banca de DEFESA de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : CLENYA RUTH ALVES VASCONCELOS
DATA : 09/12/2024
HORA: 09:00
LOCAL: OnLine
TÍTULO:

ENTRE CAMINHOS E CONEXÕES: REFLEXÕES SOBRE A JORNADA DE APRENDIZAGEM DOCENTE, DO GRUPO À COMUNIDADE DE PRÁTICA


PALAVRAS-CHAVES:

Comunidade de prática. Desenvolvimento profissional docente. Formação de professores.


PÁGINAS: 284
RESUMO:

O desenvolvimento contínuo e a formação inicial de professores desempenham um papel central na educação, especialmente quando realizados em ambientes colaborativos, como as Comunidades de Prática (CoPs). Esses contextos formativos oferecem oportunidades únicas para o compartilhamento de repertórios, fortalecimento de identidades profissionais e criação de redes de apoio mútuo entre docentes. A tese que defendemos é que um coletivo de docentes, engajados mutuamente em um domínio comum de práticas pedagógicas, constitui uma estrutura social de aprendizagem potente - Comunidade de Prática (CoP) - para a formação inicial e continuada de professores. O engajamento mútuo permite que os docentes integrem saberes acadêmicos e experiências práticas, desenvolvendo uma identidade profissional coletiva e um repertório compartilhado que enriquece suas práticas pedagógicas em um modelo colaborativo. Deste modo, esta tese investiga o potencial de transformação de um grupo de futuros professores e docentes em início de carreira, que se reúnem em torno da prática pedagógica, em uma Comunidade de Prática (CoP). A pesquisa foi realizada em Óbidos, Pará, com futuros professores e docentes em início de carreira, todos vinculados ao curso de Pedagogia da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA). Adotou-se uma abordagem qualitativa, fundamentada na Pesquisa-Ação Colaborativa, que ofereceu suporte metodológico adequado ao contexto investigado. As principais ferramentas de coleta de dados incluíram a observação participante, permitindo à pesquisadora acompanhar de perto as dinâmicas do grupo em processo de formação e transformação, além de 1 sessão de grupo focal, que possibilitou a compreensão das percepções e interações entre os participantes. Para a análise dos dados obtidos, especialmente os derivados do grupo focal, utilizou-se a Análise Textual Discursiva (ATD), que organizou e direcionou a interpretação dos achados. A ATD organizou o processo de interpretação, por meio de quatro categorias analíticas: três delas relacionadas aos elementos de coerência de uma comunidade de prática - engajamento mútuo, empreendimento articulado e repertório compartilhado -, e uma quarta categoria, que diz respeito ao desenvolvimento profissional docente. As fontes de investigação basearam-se em Marcelo Garcia (1999), Formosinho (2009), Formosinho e Niza (2009), OliveiraFormosinho (2009), Fullan (2009), Canário (2013), Lave e Wenger (1991), Wenger (1998, 2001,2002 2009, 2013), Estevam (2015), Moraes (2021), Severino (2007) Guedin e Franco (2011), Nóvoa (2019), Teses, Dissertações e documentos legais. Os resultados indicam que, embora o grupo já demonstre elementos de coerência característicos de uma Comunidade de Prática (CoP), a irregularidade dos encontros comprometeu o engajamento e o desenvolvimento de um repertório compartilhado, dada a interdependência dessas dimensões. Ainda assim, o grupo ultrapassou o estágio inicial de mero agrupamento de indivíduos, construindo um repertório, ainda tácito, em contínua evolução. Observa-se também o surgimento de lideranças internas com potencial para exercer funções de mentoria. Além disso, o grupo começa a consolidar-se como um espaço de indução profissional, expandindo seus empreendimentos e ajustando-os conforme as demandas dos participantes. Com a regularidade dos encontros, vislumbra-se a possibilidade de consolidar uma comunidade com participação plena, ancorada em um regime de competência coerente com o domínio que estão comprometidos. O plano futuro envolve a reificação das experiências, movendo-as de um plano simbólico para uma materialização das práticas compartilhadas. Esse processo consolida o repertório do grupo em elementos tangíveis que funcionarão como referências e recursos para a sustentação de propósito da comunidade. Ademais, considera-se que a CoP, enquanto contexto de formação de professores, exerce um papel fundamental na construção de uma cultura de colaboração e apoio mútuo. No entanto, o sucesso inicial não assegura a continuidade orgânica da prática. A ausência de suporte institucional compromete o engajamento dos membros, pois a dependência de lideranças específicas cria uma fragilidade na estrutura da CoP, levando em conta os contextos do trabalho docente, seja em qual esfera for caracterizados por sobrecarga de trabalho e isolamento, que podem restringir a autonomia dos professores para sustentar a colaboração a longo prazo. O risco de que a CoP se torne mais uma obrigação no já complexo cotidiano profissional não pode ser ignorado. Apesar dos ganhos iniciais observados, há desafios significativos para garantir que esse espaço formativo permaneça ativo e relevante ao longo do tempo. A replicação de CoPs em outros espaços de formação de professores depende de fatores contextuais, como o perfil dos participantes, o suporte da gestão institucional e a cultura organizacional. Generalizar o modelo sem considerar particularidades locais pode reduzir sua eficácia e comprometer sua flexibilidade, tornando a CoP menos relevante em realidades educacionais diversas.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 1278761 - SOLANGE HELENA XIMENES ROCHA
Interno - 1432784 - JOSE RICARDO E SOUZA MAFRA
Externa ao Programa - ***.081.242-** - MARIA DE FATIMA MATOS DE SOUZA - UFPA
Externa ao Programa - ***.553.686-** - MARIA JOSÉ DE PINHO - PUC - SP
Externa à Instituição - ANA CRISTINA PIMENTEL CARNEIRO DE ALMEIDA - UFPA
Externo à Instituição - ALINE MARIA DE MEDEIROS RODRIGUES REALI - UFSCAR
Notícia cadastrada em: 04/12/2024 12:54
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