FORMAS DE RECATEGORIZAÇÃO E TRANSCATEGORIZAÇÃO EM NARRATIVAS ORAIS AMAZÔNICAS: DIMENSÕES COGNITIVO-CULTURAIS
Linguística Textual. Referenciação. Recategorização. Transcategorização. Narrativas Orais Amazônicas.
Este estudo adota como referência o título: Formas de Recategorização e Transcategorização em Narrativas Orais Amazônicas: Dimensões Cognitivo - Cultural, tendo em vista a presença dessas Narrativas na cultura popular da Amazônia. O estudo fundamenta-se nas contribuições teóricas sobre “Linguística Textual” (Koch, 2008), “A Referenciação como Atividade Cognitivodiscursiva e Interacional” (Koch, 2001), Oralidade (Marcuschi, 2010, Souza, 2018), em pesquisas sobre Narrativas Orais Amazônicas (Moura, 2013, Medeiros, 2015). A pesquisa caracteriza-se como pesquisa de intervenção participante. Essa característica dá-se pelo fato de o pesquisador envolver-se e identificar-se com as comunidades investigadas (Freire, 1986). A pesquisa objetivou detectar os processos de recategorização e transcategorização em narrativas orais da cultura popular de povos ribeirinhos no interior da Amazônia, especificamente nas comunidades de Irurama e Igarapé Açu da ponta Negra, ambas localizadas no interior do município de Santarém-Pará e perceber como essas histórias constroem as referências culturais dos contextos onde elas são contadas. Na primeira fase foi realizada a análise bibliográfica acerca do tema em estudo; na segunda fase ocorreu a pesquisa de campo que se deu com coletas de narrativas, nas Comunidades acima descritas. Essas histórias foram contadas de forma espontânea, no momento em que esta pesquisadora esteve em momentos de interações com as comunidades supracitadas, gravadas, em recursos de áudios com a finalidade em manter a sua originalidade e autenticidade, posteriormente transcritas nas normas de transcrição de texto oral, NURC. De acordo com as postulações de Oliveira Jr (2012), o Projeto NURC surgiu no Brasil em 1969, tendo como objeto de estudo a “norma falada culta” das capitais Brasileiras Recife, Salvador, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre. Nessa transcrição foi preservado o maior número possível de elementos pragmáticos, que são os processos comunicativos, tais como: as ênfases, truncamentos das palavras, as pausas, repetições e hesitações, o inverso disso seria reduzir o fenômeno oral ao escrito. Nas análises constam as formas de referenciação, a partir da recategorização e transcategorização em narrativas orais amazônicas. O corpus é formado por quatro entidades: “A mulher que se gerava em onça”, “Curupira”, “Boto” e “Cobra Grande”.