AVALIAÇÃO DOS SINTOMAS NEUROLÓGICOS EM CÃES ACOMETIDOS PELO VÍRUS DA CINOMOSE TRATADOS COM EXTRATO METANÓLICO DO NONI (Morinda citrifolia Linn)
Morinda citrifolia, atividade antiviral, cinomose
Das enfermidades infecciosas com sinais neurológicos mais comuns em cães, a cinomose canina é sem dúvida, a mais rotineiramente observada na clínica médica de pequenos animais. A cinomose canina é causada por um Morbilivirus da família Paramixoviridae, apresenta alta morbidade e mortalidade, em que, na maioria dos casos é estabelecido apenas um suporte sintomático para o animal, visto não haver tratamento específico para a doença. As várias pesquisas que relatam as atividades antiviral, imunomodulador, antiinflamatóra, antioxidante e neuroprotetora do noni (Morinda citrifolia) levaram ao objetivo deste estudo, que foi avaliar a eficácia do tratamento com extrato metanólico seco de frutos de noni em cães com sintomatologia neurológica acometidos pelo vírus da cinomose. Os frutos de noni foram colhidos de pomares de comunitários do município de Belterra, Estado do Pará. O perfil cromatográfico preliminar do extrato por realizado por cromatografia em camada delgada (CCD) que revelou a presença de taninos condensados, terpenos, flavonóides e cumarinas, comparados com as colorações dos padrões de referência. A utilização de cães e camundongos no presente estudo foi aprovada pelo comitê de ética da UFOPA sob os números 1120180087/2019 e 1120190047/2020. Para a avaliação sintomatológica, dezessete cães foram divididos em: G1 (grupo controle, utilizando tratamento alopático - 9 animais), G2 (tratados com 1000mg do extrato - 8 animais). Ao final do experimento, dois animais do G1 sobreviveram, enquanto que no G2 houveram 6 sobreviventes. A administração oral do extrato metanólico do noni na dose de 1000mg/animal se mostrou eficiente, comparado ao tratamento alopático na remissão dos sinais neurológicos causados pela cinomose se comparado ao grupo controle. Os resultados de toxicidade aguda do extrato, em camundongos não revelaram sinais de intoxicação, assim como não houve alteração significativa nos testes bioquímicos de uréia e creatinina dos cães tratados, tendo como base as referências dos marcadores de Aspartato Amino Transferase (AST) e Alanina Amino Transferase (ALT), sugerindo que o extrato não possui efeitos nefro ou hepatotóxicos.