Variação das comunidades ficoperifíticas em tanques de piscicultura experimentais com sistema de aquaponia no Oeste do Pará
Algas, Amazônia, amônia, hidroponia, perifíton
As comunidades perifíticas são de fundamental relevância, essenciais ao equilíbrio e metabolismo de ambientes aquáticos, são base da cadeia alimentar e produtores primários responsáveis pela liberação de oxigênio para o ambiente. O objetivo deste estudo foi determinar a variação das comunidades ficoperifíticas em tanques experimentais de piscicultura, comparando tanques com hidroponia e sem hidroponia. O estudo ocorreu nas dependências externas da Universidade Federal do Oeste do Pará, na cidade de Oriximiná-Pará, durante quatro meses. Foram instalados quatro tanques experimentais de piscicultura com sistema de aquaponia, dois tanques Tratamento (TA; TB) contendo hidroponia com a espécie Acmella oleracea (L.) R. K. Jansen (Jambú) e dois tanques Controle (CA; CB) sem hidroponia. Para amostragem do perifíton foram utilizados substratos artificiais com as dimensões (área) de 10 x 5 cm. Em cada tanque foi inserido um conjunto de três substratos que permaneciam por um período de 30 dias para colonização. Após esse período o material perifítico era raspado, fixado com Lugol a 1% e armazenado com cerca de 100 ml de água destilada. A quantificação do ficoperifíton foi realizada por meio de câmaras de sedimentação em microscópio invertido. A comunidade ficoperifítica foi classificada em nível de classes taxonômicas, foram aplicados cálculos de densidade, ANOVA+Tukey e índices de diversidade (Shannon-Wiener), equitabilidade e dominância. Os parâmetros abióticos foram amostrados semanalmente através de aparelhos portáteis (SensoDirect-150; Disco de Secchi e fotômetro). Os resultados mostraram que as classes Chlorophyceae, Bacillariophyceae e Cyanophyceae constituíram respectivamente 84%, 8% e 8% do componente ficoperifítico dos tanques de tratamento. Para os tanques Controle, as classes Chlorophyceae, Bacillariophyceae e Cyanophyceae constituíram respectivamente 69%, 21% e 10%. Os maiores valores totais de densidade algal foram identificados nos tanques Tratamento, entretanto, a ANOVA mostrou que os dados de densidade não diferiram significativamente entre os tanques Tratamento e Controle (p= 0,1274). O índice de Shannon apresentou os valores; 1,303 (tanques Tratamento) e 1,502 (tanques Controle). Os valores de dominância foram; 0,3352 (tanques Tratamento) e 0,2561 (tanques Controle). Os valores de equitabilidade foram 0,7271 (tanques Tratamento) e 0,7719 (tanques Controle). Para os dados abióticos os resultados da ANOVA mostraram que não houve diferença significativa entre os tanques Tratamento e Controle para a maioria dos parâmetros analisados, com exceção de transparência da água e nitrito que apresentaram p<0,05 entre Tratamento e Controle. A conclusão é que a hidroponia com Acmella Oleracea não causou alterações na densidade de algas perifíticas nesse sistema de cultivo experimental, assim como a maioria dos parâmetros abióticos, as diferenciações ocorreram apenas para os índices de diversidade e para transparência da água e nitrito. Provavelmente o tamanho das camas hidropônicas de Jambú e a quantidade inserida nestes não foi suficiente para causar alterações significativas na densidade de algas ficoperifíticas e nos parâmetros abióticos oxigênio, pH, temperatura e condutividade elétrica e amônia.