Banca de DEFESA: FERNANDO ABREU OLIVEIRA

Uma banca de DEFESA de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE : FERNANDO ABREU OLIVEIRA
DATA : 14/11/2022
HORA: 14:00
LOCAL: Sala Virtual do Goole Meet
TÍTULO:

Ocorrência de microcistinas em águas do rio Tapajós, Amazônia, Brasil


PALAVRAS-CHAVES:

Cianotoxinas; cota fluviométrica; cromatografia; floração de cianobactérias; mudanças climáticas; rio Tapajós


PÁGINAS: 30
RESUMO:

As microcistinas são toxinas hepatotóxicas produzidas por cianobactérias (algas azul-esverdeadas) de água doce. A maior possibilidade de produção de microcistinas em concentrações preocupantes ocorre quando há densas concentrações de células de cianobactérias, chamadas também de florações. A eutrofização dos ambientes aquáticos e as mudanças climáticas modulam a formação de florações causando problemas para o abastecimento de água, recreação, consumo de peixes, e outros. As contaminações agudas por microcistinas podem causar a morte de animais aquáticos e terrestres, e em contaminações crônicas pode promover câncer primário de fígado em humanos. Este estudo objetivou quantificar as microcistinas mais abundantes na natureza (MC-RR, MC-YR e MC-LR) em águas do rio Tapajós entre as cidades de Santarém e Itaituba-PA, próximo as comunidades ribeirinhas, e em diferentes cotas fluviométricas do rio, bem como correlacionar os parâmetros ambientais das águas com a concentração das microcistinas. As amostras de águas foram coletadas nos anos de 2020, 2021 e 2022, em períodos de seca, enchente, cheia e vazante do rio Tapajós. Trinta e oito amostras foram subdivididas em filtrado (extracelular) e biomassa (intracelular). As microcistinas foram extraídas e purificadas através de Extração de Fase Sólida e analisadas por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência com detecção em arranjo fotodiodo. A análise foi validada conforme critérios da Resolução nº 166 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária. O método se mostrou linear e seletivo para as três microcistinas. Obtemos valores de exatidão (recuperação) entre 80,01 e 107,69%, valores de precisão com desvio padrão relativo entre 1,43 e 9,53%, valores de limite de detecção entre 0,104 e 0,174 µg/mL e limite de quantificação entre 0,167 e 0,205 µg/mL. Dez subamostras de filtrado e quatro subamostras de biomassa positivaram para microcistina, correspondendo a 26,31% e 10,53%, respectivamente. A microcistina predominante foi a MC-LR com o máximo de 1,353 µg/L na fração extracelular e de 0,250 µg/mL na fração intracelular. Nenhuma das amostras ultrapassou o limite recomendado pela Organização Mundial da Saúde de 24 µg/L para água de recreação. Em termos de frequência observamos que há maior incidência de microcistinas na vazante e seca do rio Tapajós, com destaque para a comunidade de Parauá com três amostras positivas das quatro coletadas. Os resultados estão de acordo com outros dois estudos realizados anteriormente na foz do rio Tapajós, que obtiveram valores baixos de microcistinas. Além disso, os valores obtidos sugerem que em sistemas lóticos há menor concentração de microcistinas do que em sistemas lênticos. Entretanto, em rios caudalosos, como o Tapajós as células das cianobactérias podem acumular na margem destes rios (em enseadas), podendo produzir toxinas em níveis perigosos. As condições de temperatura, iluminação abundante, enseadas e as águas claras do rio Tapajós proporcionam um ambiente favorável para florações de cianobactérias. As populações ribeirinhas do rio Tapajós deste trecho, as que dependem exclusivamente das águas do rio estão mais suscetíveis a contaminações por microcistinas, porque o tratamento das águas superficiais para consumo é praticamente inexistente, a fervura da água não degrada as cianotoxinas e ainda há o risco pelo consumo de peixes que podem estar contaminados.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 2391001 - DAVIA MARCIANA TALGATTI
Interno - 1770373 - PAULO SERGIO TAUBE JUNIOR
Externo ao Programa - 3304333 - RENATO DA SILVA BANDEIRA - UFOPA
Notícia cadastrada em: 24/10/2022 10:30
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